A falta de vontade política para transformar as terras aráveis em campos de produção efectiva de alimentos com vista a aumentar a produção e a produtividade, o fraco financiamento e as imposições bancárias no acesso ao crédito são alguns factores impedem a prosperidade do sector produtivo moçambicano.
O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Hortofrutícola, Belmiro Baptista, disse que a não remoção dos problemas acima referidos e a centralização de atenções aos mega-projectos no país ajudaram a empurrar o sector de produção para o anonimato e, por via disso, marginalizando. É premente que o Governo ponha em prática as várias estratégias agrícolas aprovadas para evitar que a população que sobrevive da agricultura ou depende da terra continue ofuscada.
Enquanto persistir o desinteresse do Governo pelo sector produtivo, Moçambique continuará dependente das importações de produtos alimentares básicos, os preços de aquisição manter-se-ão proibitivos e, paulatinamente, a maior partes dos produtores de pequena escala será levada à falência, considerou Baptista e recomendou que se aumentasse os fundos desembolsados para a agricultura no sentido de alargar a terra explorada, a cadeia produtiva, a quantidade e qualitativa.
Outro problema apontado pelo interlocutor tem a ver com a falta de meios de conservação de produtos agrícolas: “os produtos dos frescos chegam ao mercado nacional e ao consumidor em condições inaceitáveis devido à falta de frigoríficos para a conservação dos mesmos”.
A resolução desses problemas, segundo Baptista, passa, em parte, pela necessidade de o Governo priorizar a agricultura na prática e não apenas no papel, melhorar o investimento e a acessibilidade ao crédito.