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Selo: O esmurrar do conceito “Unidade Nacional”

Um dos conceitos que tem sido esmurrado consciente ou inconscientemente pelos nossos fazedores políticos prende-se com a “Unidade Nacional”.

Uma expressão que acaba engravidando a minha triste mente, porque nem sequer os propaladores tem domínio ou conhecimento do que dizem, muito por culpa do desconhecimento do seu significado inacabado. Porque não se pode falar de “Unidade Nacional”, sem conhecer as nossas raízes, identidade e a génese da nossa história.

Como dizia Albino Magaia, que um povo desprovido das ferramentas acima mencionadas não tem noção de Unidade Nacional, porque a Historia determina os traços da união, visto que ela tem horror as lacunas, omissões, descontinuidades e ao vazio temporal.

Tal como sabemos o propósito da Frelimo era libertar os homens e a terra, bem como alcançar autonomia com a criação de um Governo que sirva o interesse dos moçambicanos.

Mas esse propósito não pode assumir-se como universal entre a população, porque surgiram vozes que não alinhavam no mesmo diapasão, casos da Renamo, dissidentes do Movimento e outros que questionavam a ideologia feroz e arrogante que ainda persiste actualmente.

O esmurrar resume-se no desconhecimento de onde saímos e para onde vamos, por causa da existência de descontinuidades e vazio temporal, quando os supostos políticos ousam em falar da nossa História que ainda denuncia algum vazio.

Reduzir a Unidade Nacional, a uma ponte que liga o Centro e Sul, alguns recursos mineiros e petrolíferos, que nem sequer encontra consenso entre os moçambicanos é cair no ridículo e assumir que ainda precisamos masturbar-se um pouco mais sobre os traços identitários da nossa moçambicanidade.

Chega de politiquices, porque unidade significa partilha da nossa diversidade cultural, social, linguística, económica e política, sem esses condimentos não existe unidade nacional, senão um esmurrar constante do conceito.

Guebuza e Nhussi tem apregoado sempre nas suas diminutas palestras sobre unidade nacional, de forma infeliz porque não conseguem destrinçar a génese do conceito, de forma contínua, temporalmente lógica e historicamente próxima da realidade. Caros fazedores da política parem de escamotear o conceito unidade nacional, que ainda continua a ser maltratado e a confundir as mentes de muitos moçambicanos. Mais não disse.

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