Na sequência da destruição de pontes ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1), na província da Zambézia, dezenas de cidadãos ganhavam dinheiro, criando condições para a travessia de pessoas e bens. Porém, a Administração Nacional de Estradas (ANE) criou um desvio em Nampevo, frustrando, assim, o empenho daqueles que sustentavam as suas famílias através daquela actividade.
Desde que o tráfego de transporte de passageiros e carga através da EN1 ficou interrompido, dezenas de cidadãos criaram mecanismos para proporcionar a transitabilidade de pessoas com destino ao norte, centro e sul do país. As primeiras inovações centraram-se no aproveitamento das margens com diâmetros menores para a colocação de toros.
O velho ditado “há males que vêm por bem” fez sentido, por algum tempo, nos troços onde os pontões não resistiram à fúria das águas. Um dos pontos situava-se em Nampevo, cuja travessia era condicionada por populares com o auxílio de barricadas nas margens onde as correntes de água circulavam lentamente.
A medida para repor a transitabilidade abrangia apenas os passageiros. Os transportadores, posicionados em ambos os lados, levavam as pessoas que, por seu turno, pagavam entre 10 e 20 meticais cada para atravessarem o rio.
Diariamente, os inovadores amealhavam pelo menos mil meticais. Durante a nossa ronda, conversámos com um dos cidadãos cuja identidade não quis revelar, mas fez parte da comissão de organizadores da travessia.
Ele mostrou-se insatisfeito pelo facto de diversas entidades estarem a trabalhar no sentido de criarem alternativas para o troço que liga aquela circunscrita ção geográfica ao resto do país.
Refira-se que o desvio criado em Nampevo pela ANE, numa primeira fase, garantia a passagem de viaturas ligeiras mas, após o cessar das chuvas, os automóveis de grande porte já circulam.