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‘@Verdade EDITORIAL: O desfile dos irresponsáveis

O desaparecimento dos editais das Eleições Gerais de Outubro passado é prova inequívoca do conluio existente entre os órgãos eleitorais e o partido no poder, para além de demonstrar a incapacidade doentia e vergonhosa por parte daqueles organismos que têm a responsabilidade de organizar eleições verdadeiramente livres, justas e transparentes.

Mas, pelo contrário, o escrutínio, além das vergonhosas fraudes, foi marcado por diversas irregularidades, desde o uso excessivo do força policial e expulsão de delegados de mesa pertencentes aos partidos da oposição, entre outros embustes. Como se não bastasse, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) decidiram entrar no jogo a favor do partido Frelimo e o seu candidato, dando sumiço aos editais.

Curiosamente, nem o director do STAE, tão-pouco o presidente da CNE sabem dizer onde os editais foram parar. Que caricato! A situação pode ser, na verdade, classificada como um desfile de irresponsáveis sem precedentes. O representante máximo do STAE garante que os documentos estão nas mãos do vogal da CNE.

Porém, por sua vez, Abdul Carimo sacode água do capote e afirma que não tem conhecimento sobre o assunto, pois os editais estão na posse do STAE. Esta ocorrência vem dissipar quaisquer dúvidas que pairavam em torno da credibilidade daqueles órgãos eleitorais. Diga-se de passagem que ambas as instituições nunca gozaram de boa imagem no seio da população moçambicana, devido ao seu pendor político-partidário e a manipulação dos resultados eleitorais.

É deveras perigoso depositar-se confiança em instituições que, sem escrúpulos, invalidam o voto popular para dar lugar à grandiosa obra de ladroagem. A CNE, assim como o STAE, coloca a nu que o seu trabalho não tem nada a ver com a democracia. Diante dessa situação, somente os moçambicanos podem impedir a esses necrófagos, que se nutrem de sangue e suor dos moçambicanos, de continuarem a conduzir a nau desta nossa “Terra Gloriosa” para o abismo.

Independentemente das nossas simpatias partidárias, sem dúvidas, há um consenso: necessitamos de mudança genuína urgentemente. Necessitamos de órgãos eleitorais sérios, credíveis e que saibam valorizar e respeitar a vontade de um povo. Portanto, para a almejada mudança, o povo deve ser o motor. Precisa-se um Moçambique democrático, próspero e, acima de tudo, livre e justo para todos os moçambicanos independentemente da sua cútis, sexo, partido, religião e classe social.

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