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O congresso da revitalização

O congresso da revitalização

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O primeiro congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) foi visto, pelos seus membros, não apenas como um exercício político-partidário, mas uma oportunidade para traçar estratégias com vista às eleições de 2013 e 2014 e definir as linhas mestras de governação, caso o partido saia vencedor nos próximos pleitos eleitorais. Com apenas três anos de existência, o MDM provou que, além de ostentar o lugar de terceira maior força política do país, é também um partido com ambições de proporções gigantescas.

Durante quatro dias, a cidade da Beira atraiu as tenções de milhares de moçambicanos devido à realização do primeiro congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), até porque em tão pouco tempo de existência aquela formação política conseguiu uma proeza que nenhum outro partido da oposição com vários anos de estrada na arena política nacional ousara fazer. De acordo com Daviz Simango, presidente reeleito pela grande maioria dos membros, num escrutínio no qual participaram 676 congressistas, e que registou 14 votos nulos e um em branco, o primeiro congresso do MDM, “marca mais um importante passo na nossa marcha pela construção de um Moçambique melhor”, apesar das dificuldades por que passaram. E acrescentou: “Não há dúvidas de que essa marcha vai continuar a avançar, graças a todos os que dedicaram o seu tempo e a sua energia para que esse congresso pudesse ser realizado”.

Com a realização do seu primeiro congresso, aquela força política provou ser uma grande família em constante crescimento e em busca dos ideais de liberdade, dignidade e criação de oportunidades para todos os moçambicanos. Além disso, mostrou ser um partido de unidade nacional e comprometido com a Democracia e o Estado de Direito. “O MDM consolida-se, neste momento histórico, como um partido de todos os moçambicanos, porque estão aqui representados, neste congresso, mulheres, homens, jovens e velhos de todas as nossas províncias e de todas as culturas de Moçambique”, disse Simango no seu discurso de encerramento do evento.

Neste congresso foram traçadas as estratégias de preparação para as eleições municipais de 2013, assim como as provinciais, legislativas e presidenciais de 2014. Foram igualmente aprovados os Estatutos e o Programa, Relatório de Actividades, eleitos os membros do Conselho Nacional e o presidente do partido, e, por fim, analisadas três propostas para o hino. “Não deixemos passar as oportunidades. Não nos deixemos intimidar. Cada um de nós é uma parte importante nesse processo de transformação de um partido de oposição para um partido dominante. E esse sonho é possível, acredito que todos juntos podemos construir uma nova realidade, com esperança, e combater as desigualdades que nos assolam”, afirmou Simango.

Balanço positivo

Os participantes, entre eles delegados e convidados, fazem um balanço positivo do evento, afirmando que se tratou de um congresso de revitalização, fundamentalmente por abordar assuntos que têm a ver com a chegada ao poder do MDM. “Atingimos os objectivos pelos quais o partido se predispôs a organizar o congresso. Conseguimos corresponder àquilo que era a programação do partido do ponto de vista das matérias a serem debatidas. Conseguimos um grande objectivo que foi a reeleição do presidente e, naturalmente, conseguimos ter um órgão máximo do partido rejuvenescido, que é o Conselho Nacional, por isso há razões mais do que suficientes para dizer que saímos deste congresso mais revigorados, com mais ferramentas para os próximos desafios”, disse o deputado José Manuel de Sousa.

As eleições do próximo ano e de 2014 são os grandes desafios do partido. Segundo os participantes, o primeiro congresso veio dar alento aos delegados políticos provinciais e àqueles que lidam com as massas, os simpatizantes e membros do partido. “O MDM está convencido de que está pronto para esse desafio, estávamos carentes de uma reunião desta estatura”, disse a congressista Linette Olofsson.

O congressista Fernando Amélia Nhaca afirmou que o congresso foi “extremamente positivo”, uma vez que ultrapassou as expectativas de todos os membros do partido. “Decidimos aquilo que devem ser as linhas mestras de governação, definimos aquilo que são os desafios para as eleições de 2013 e 2014, e essas estratégias vão permitir que o MDM se espalhe por todo o país. E depois deste evento teremos um MDM mais pró-activo, dinâmico, unido e com o mesmo objectivo de garantir que os moçambicanos tenham uma vida melhor” disse.

Planos para os próximos quatro anos

O MDM entende que, apesar de Moçambique dispor de incontáveis riquezas, dos quais a força do povo e os recursos naturais, estes não são transformados no país, por conseguinte não contribuem para a promoção de pequenas e médias empresas, além de não existirem políticas de reserva e sindicatos de defesa do cidadão. Por essa e outras razões, o partido quer que o mundo veja Moçambique como uma nação moderna, democrática e como um Estado de Direito de facto.

A curto prazo, o MDM traçou como prioridade o fortalecimento do Estado de Direito Democrático que, dentre vários aspectos, pretende combater a corrupção generalizada e a consequente injustiça a todos os níveis da sociedade, promovendo políticas que contribuam para a erradicação do proteccionismo, e a recusa do fundamentalismo do mercado, incluindo a partidarização da economia nacional.

No tocante à política de soberania e dignidade e à política económica e financeira, o partido pretende garantir uma força de protecção pública que dê ordem e tranquilidade, promover o trabalho por conta própria, o emprego e um salário digno. Em relação à Administração Pública, o MDM gostaria que esta fosse mais efectiva, útil e acessível ao cidadão, propondo a redução da pesada estrutura do aparelho do Estado.

E, por fim, nas áreas política, sociocultural, saúde e bem-estar, o programa do MDM para o período 2013-2017 propõe-se atingir objectivos como mobilizar esforços para incentivar os valores culturais, garantir um sistema de educação permanente e profissional, e desenvolver sistemas de saneamento do meio e de combate às principais doenças tropicais, endémicas e o HIV/SIDA.

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