Apesar da redução do caudal do rio Incomati no distrito de Magude, província de Maputo, o cenário das inundações continua desolador naquele ponto de sul de Moçambique, onde este fenómeno causou a morte de quatro pessoas nos últimos dias.
Falando, Quarta-feira, a jornalistas, o secretário permanente do distrito de Magude, Lourino Rafael, disse que depois da queda excessiva das chuvas nos dias 17 e 18 últimos, o caudal do rio esteve no nível de 8,9 metros, mas agora baixou para cinco metros.No terreno, ainda existem extensas áreas inundadas, incluindo residências, algumas das quais já abandonadas, e culturas alimentares, particularmente nas zonas ribeirinhas.
Isso é notório nos distritos da Manhiça e Magude, província de Maputo, visitados, Quarta-feira, por alguns deputados da Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano.
Considerando a redução do caudal do rio, em Magude, o centro de acolhimento aberto na vila sede do distrito e que abrigava 2.855 pessoas fechou na Terça-feira última porque os seus ocupantes regressaram às suas casas. Contudo, dados ainda preliminares apontam para a existência de algumas famílias em estado de necessidade.
“O cenário actual indica que o caudal do rio baixou, mas a comunicação interna através de estrada contínua interrompida para o posto administrativo de Motaze. Porém, esta comunicação Magude/Motaze é possível via comboio. Igualmente, a comunicação entre Magude sede e os postos de Panjane e Mahel só pode ser através de vias alternativas”, disse Rafael.
O comboio continua sendo a única alternativa de ligação entre os distritos de Magude e Chókwè (na vizinha província de Gaza) porque a estrada está actualmente intransitável.
Estes dados, ainda preliminares, foram revelados à imprensa na sequência da visita dos deputados da AR pela bancada parlamentar da Frelimo, o partido no poder, à algumas áreas afectadas pelas inundações nos dois distritos.
Trata-se dos deputados eleitos pelo círculo eleitoral da província de Maputo que, sensibilizados pelo triste cenário provocado pelas inundações no país e, particularmente em alguns distritos de Maputo, mobilizaram diversos produtos alimentares, material escolar e vestuário para oferecer as famílias necessitadas.
“Sentimos que, como deputados, devíamos estar perto das famílias assoladas por estas calamidades e solidarizarmos com elas”, disse Beatriz Ajuda, deputada na AR pela bancada parlamentar da Frelimo, falando a jornalistas momentos após a entrega do donativo, constituído por arroz, açúcar, farinha de milho, sal, sabão, óleo de cozinha, bolachas, cadernos, lápis e vestuário.
