Os activistas sírios disseram, esta Segunda-feira, que as forças do presidente Bashar al Assad mataram pelo menos 41 pessoas, incluindo oito crianças, durante ataques de artilharia nas últimas 24 horas contra a cidade de Hama.
O relato, que não pôde ser verificado de forma independente, surge depois de o Conselho de Segurança da ONU ter condenado o massacre de pelo menos 108 civis, muitos deles crianças, na localidade síria de Houla, Sexta-feira, a despeito do cessar-fogo em vigor há seis semanas na Síria.
Fontes da oposição disseram que os tanques e os blindados sírios abriram fogo, Domingo, em vários bairros de Hama, depois de ataques cometidos por rebeldes do Exército Sírio Livre contra bloqueios viários e outras posições do governo.
Em nota, o Conselho da Liderança da Revolução em Hama disse que “disparos de tanques derrubaram vários edifícios. Os seus moradores foram retirados dos escombros”.
A nota disse que havia cinco mulheres entre os mortos. Os activistas da oposição disseram que as forças de Assad bombardearam Houla depois de um protesto, e então entraram em confronto com membros da insurgência sunita que tenta derrubar Assad, membro da seita minoritária alauita.
Condenações
Os governos árabes e ocidentais contrários a Assad culparam o governo sírio pelas mortes em Houla. Damasco atribuiu a acção aos “grupos terroristas armados”.
A Rússia e a China, que vetaram duas resoluções do Conselho de Segurança propondo acções mais incisivas contra o regime sírio, condenaram o massacre, mas sem atribuí-lo directamente às forças de Assad.
“A China sente-se profundamente chocada pelo grande número de vítimas civis em Houla, e condena nos mais duros termos as cruéis mortes de cidadãos ordinários, especialmente mulheres e crianças”, disse Liu Weimin, porta-voz da chancelaria chinesa.
O Conselho de Segurança “condenou nos mais duros termos as mortes, confirmadas por observadores das Nações Unidas, de dezenas de homens, mulheres e crianças, e o ferimento de centenas de outros na aldeia (de Houla), perto de Homs, em ataques que envolveram uma série de disparos de artilharia e tanques do governo contra um bairro residencial”, disse a declaração da ONU, que não tem o mesmo valor de uma resolução de cumprimento obrigatório.
“Tal uso ultrajante da força contra a população civil constitui uma violação da lei internacional aplicável e dos compromissos do governo sírio conforme as Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, acrescentou o texto.
O mediador internacional Kofi Annan desembarcou em Damasco, esta Segunda-feira e irá reunir-se, Terça-feira, com o presidente Bashar al Assad.