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Nova Constituição é aprovada por ampla maioria no Egito, diz governo

Os eleitores egípcios aprovaram de forma esmagadora uma nova Constituição em referendo realizado nesta semana no país, disse uma autoridade do Ministério do Interior nesta quarta-feira, um resultado que poderá abrir caminho para a candidatura presidencial do chefe do Exército, general Abdel Fattah al-Sisi.

“O comparecimento às urnas até agora pode exceder 55 por cento e a aprovação da Constituição é, talvez, superior a 95 por cento”, disse o major-general Abdel Fattah Othman, diretor de relações públicas do ministério, ao canal de satélite privado Al-Hayat.

Ele citou resultados preliminares dos dois dias de votação que terminaram às 21h (horário local) nesta quarta-feira.

O resultado não é nenhuma surpresa. Houve pouco ou nenhum traço de oposição à nova Constituição, apoiada pelos egípcios que foram favoráveis à derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi pelo Exército, em julho. A Irmandade Muçulmana havia pedido um boicote ao referendo.

O Ministério do Interior afirmou que 444 pessoas foram presas por “obstruir o processo de referendo” durante a votação.

O projeto da nova Constituição remove os termos islâmicos da Carta aprovada um ano atrás quando Mursi ainda estava no poder. Além disso, fortalece os órgãos do Estado que o desafiaram: o Exército, a polícia e o Judiciário. Sisi, que depôs Mursi após protestos de massa contra o governo dele, aparenta estar esperando o resultado do referendo para decidir se irá se candidatar à Presidência, embora analistas digam que sua candidatura parece ser uma conclusão precipitada.

O Instituto do Cairo para os Direitos Humanos criticou a mídia egípcia por “alimentar o ódio contra a Irmandade” e contribuir para o clima de intimidação. Em muitas seções eleitorais do Egito, país mais populoso do mundo árabe, o referendo parecia fundir-se com um voto em favor do próprio Sisi.

Mulheres gritavam seu o nome e ululavam na fila para votar enquanto uma canção pró-Exército, popularizada depois da derrubada de Mursi, era tocada em carros.

O referendo é peça-chave no plano de transição política que o governo interino formulou como um caminho para a democracia ao mesmo tempo em que continua a adotar medidas ferozes contra a Irmandade, que até o ano passado era o partido mais bem organizado do Egito.

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