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Nem tudo que brilha é ouro. Nem tudo que soa é Jazz!

Olá a todos. Quis aproveitar uma deixa de um camarada meu para trazer aqui mais uma opinião a respeito deste assunto de matéria inesgotável que é o Jazz. É verdade; nem tudo que ecoa dos instrumentos é, de verdade, jazz. E porque é que afirmo isto?

Tenho notado que nos últimos tempos, sobre tudo na cidade onde vivo, novos admiradores e entusiastas de jazz (?!) tem surgido, ou pelo menos têm sido mais visíveis. Hoje, Existem programas de rádio, de televisão e até festivais (?) alusivo a esta corrente musical; para não falar dos concertos avulsos que aqui e ali vão sendo apresentados sobre a capa de “concertos de jezz”, que embora sejam iniciativas de se louvar, não deixam de ter um “Q” de “enganosas”.

Falando em festivais, já agora, aproveito para dar os parabéns a Direcção e equipa que trouxe a 3ª edição do festival Dockanema 2008, pois, de entre outros aspectos positivos, percebe-se que o objectivo do festival é, mais do que passar filmes pelas salas disponíveis, resgatar a “cultura”, de outrora, do cinema fazendo um trabalho profundo desde a divulgação do festival, facilidade de acessibilidade até a selecção excelente dos materiais difundidos.

 

Voltando ao “jezz”, dizia eu, que as iniciativas de divulgação pelos vários meios eram de louvar, mas sem deixar de ter, contudo, um “porém”, ou seja um pequeno – grande erro que se ocorre neste processo de divulgação e difusão. Que erro é esse afinal? Confundir o Jazz com outras correntes musicais.

Um exemplo onde este erro não parece aparecer, ou pelo menos está oculto é no programa radiofónico, de Domingo, rádio cidade, do Sr. Esedine Faquirá (?), cuja denominação do referido programa acho-a adequada. “Easy-Jazz”. Esta expressão pode, a meu ver tomar várias formas, do tipo: “easy listening”; “elevator music” (rude classificação); “Hotel loby music”; “música sem palavras” e outras tantas. Arrisco em dizer que há aqui uma intenção, (in) consciente, em não chamar jazz o que lá é difundido, fazendo no entanto transparecer que se quer difundir sonoridades com influências Jazzisticas.

Por outro lado, um exemplo onde o erro é quase gritante é no programa televisivo MozJazz, onde a lista de intérpretes que por lá passam no DVD-Player da TVM, com muito pouca sorte calha um que tenha que ver com o assunto Jazz, para não falar da linha editorial do programa que pouco ou nada tem sobre ensinamento desta manifestação musical que é o Jazz. Que saudades dos documentários da Transtel que passavam ao meio da semana na ainda TVE, o programa Jazz Subway – Cologne. Não éramos confundidos!

Num só prágrafo, posso dizer: a música interpretada por, Najee, Jonathan Butler, seus seguidores ou algo que se assemelhe a eles não é, definitivamente, Jazz.

Jazz é a comunhão, união de laços entre compositor (s), arranjo e intérprete (s), onde o solista – improvisador – sempre é o herói da música. Serve como exemplo o tema “Moments notice” de John Coltrane do álbum Blue Train, pela editora Blue Note, onde todos os solistas que intervêm no referido tema tem os seus segundos de virtuosismo, arrojo, muito bom gosto e tudo aquilo que eu penso ser, e que é de facto, Jazz. Separemos, então os alhos dos bugalhos.

E… até breve, sem deixar de dar os ABCs – abraços, beijos e carinho; o abêcê do amor, da alegria e tudo mais que seja bonito.

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