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Nelson Mandela saiu da prisão há 20 anos

Nelson Mandela saiu da prisão há 20 anos

De mão dada com a então mulher, Winnie, Nelson Mandela deu os primeiros passos em liberdade, após mais de 27 anos de prisão, no dia 11 de Fevereiro de 1990. «Foi o princípio do fim da indignidade», segundo o arcebispo Desmond Tutu.

O caminho para a liberdade, foi acompanhado e aplaudido por uma multidão no local e em directo pela TV por todo o mundo.  “Um caminho difícil cuja meta não se atinge sozinho” disse Madiba. Sem rancor, Nelson Mandela apelou à reconciliação, democracia e igualdade.

Foi eleito o primeiro presidente negro da África do sul, e no discurso de posse, renovou a mensagem de toda uma vida – que haja justiça, paz, trabalho, pão, água e sal, para todos.

Recebeu mais de 250 prémios, entre eles o Nobel da Paz. Mudou a história e o mundo. A luta contra a SIDA tem sido agora, uma das batalhas, depois de ter perdido há 5 anos, o único filho, vitima de SIDA. Com 91 anos, Nelson Mandela é o mais amado dirigente mundial.

Como dizia Peter Gabriel, se o mundo pudesse ter apenas um pai, nós escolheríamos Nelson Mandela.

Quem é Madiba?

Nelson Rolihlahla Mandela (Qunu, 18 de julho de 1918) é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento anti-apartheid, como ativista, sabotador e guerrilheiro. Considerado pela maioria das pessoas um guerreiro em luta pela liberdade, era considerado pelo governo sul-africano um terrorista.

Passou a infância na região de Thembu, antes de seguir carreira em Direito. Como jovem estudante do direito, Mandela envolveu-se na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população) direitos políticos, sociais e económicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo (entre outros) uma organização mais dinâmica, a Liga Jovem do ANC.

Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), apoiantes da política de segregação racial, Mandela tornou-se activo no ANC, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade – documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid.

Comprometido de início apenas com actos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville (março de 1960), quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, desarmados, matando 69 pessoas e ferindo 180 – e a subsequente ilegalidade do CNA e outros grupos anti-apartheid. Prisão

Em 1961 ele tornou-se comandante do braço armado do ANC, o chamado Umkhonto we Sizwe (“Lança da Nação”, ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo, fazendo também planos para uma possível guerrilha se a sabotagem falhasse em acabar com o apartheid; também viajou em coleta de fundos para o MK, e criou condições para um treinamento e atuação paramilitar do grupo.

Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a 5 anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 12 de junho de 1964 foi sentenciado novamente, dessa vez a prisão perpétua – apesar de ter escapado de uma pena de enforcamento), por planejar acções armadas, em particular sabotagem (o que Mandela admite) e conspiração para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).

No decorrer dos vinte e seis anos seguintes, Mandela tornou-se de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor “Libertem Nelson Mandela” tornou-se bandeira de todas as campanhas e grupos anti-apartheid ao redor do mundo. Enquanto estava na prisão, Mandela enviou uma declaração para o CNA (e que viria a público em 10 de Junho de 1980) em que dizia: “Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a ação da massa unida e o martelo que é a luta armada devemos esmagar o apartheid!”

Recusando trocar uma liberdade condicional pela recusa em incentivar a luta armada (Fevereiro de 1985), Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do ANC e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.

O ANC também foi tirado da ilegalidade. Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993.

Como presidente do ANC (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.

Alguns radicais ficaram desapontados com os rumos de seu governo, entretanto; particularmente na ineficácia do governo em contar a crise de disseminação da SIDA. Mandela também foi criticado por sua amizade próxima para com líderes como Fidel Castro (Cuba)(Fidel se opôs ferranhamente ao apartheid, ao contrário dos EUA) e Moammar Al Qadhafi (Líbia), a quem chamou de “irmãos das armas”.

A sua decisão em invadir o Lesoto, para evitar um golpe de estado naquele país, também é motivo de controvérsia. Ele casou-se três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com divergências políticas entre o casal vindo a público.

No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano e aliado do ANC.

Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou a sua saída da ribalta da vida pública. A sua saúde tem sofrido abalos nos últimos anos e ele deseja aproveitar o tempo que lhe resta com a família. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a SIDA.

Naquele mesmo mês ele viajou para a Indonésia, a fim de discursar na XV Conferência Internacional sobre SIDA. Em novembro de 2006, foi premiado pela Anistia Internacional com o prêmio Embaixador de Consciência 2006 em reconhecimento à liderança na luta pela proteção e promoção dos direitos humanos.

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