A claque sabia que era o último jogo em Dallas esta temporada. E não faltou sofrimento na despedida. Desta vez o Dallas Mavericks não precisaram de uma reação heróica nos minutos finais, mas até derrubar o Miami Heat foi necessário suar um bocado. Diante de um adversário que não se entregou em nenhum momento, a equipa texana impôs-se e venceu por 112 a 103 ficando a um passo do título inédito na NBA.
Agora os Dallas voltam a jogar na Flórida e precisa de “apenas” uma vitória nos dois últimos jogos da série para, enfim, levantar a taça.
Nowitzki contou com boa dose de ajuda na quinta-feira. Jason Terry saiu do banco para anotar 21 pontos e seis assistências, incluindo o cesta de três a 30 segundos do fim para dar a machadada final nos Miami. Outros três jogadores dos Mavs pontuaram em dígitos duplos: Jose Juan Barea (17), Jason Kidd (13) e Tyson Chandler (13). Pelos Miami, o melhor marcador foi Dwyane Wade. Ele chegou a ser levado para o vestiário após uma pancada no quadril, mas voltou e comandou a equipa até o fim.
LeBron James não chegou a explodir no ataque, principalmente no último quarto, mas teve atuação melhor que a do jogo 4. Terminou com um triplo-duplo: 17 pontos, dez ressaltos e dez assistências. Chris Bosh ajudou com 19 pontos e Mario Chalmers foi bem com 15, mas não foi o suficiente.
O melhor jogo da série
Acostumado a ver o Miami na frente e reagir no fim, os Dallas começaram o jogo 5 disposto a mudar o cenário. Com uma defesa forte, abriu 13 a 6. LeBron fez os seus dois primeiros pontos num afundanço de contra-ataque em cima de Jason Kidd, e Wade, que vinha bem, deu um susto no início. Ao tentar uma infiltração, trombou com Brian Cardinal e caiu sentindo dores no quadril. Ainda assim o Heat deu um jeito de tomar a frente com mais uma cesta espírita de Mario Chalmers: 31 a 30 ao fim do primeiro quarto.
No segundo período, Wade voltou do vestiário e, ajudado por Bosh e Chalmers, abriu seis pontos de vantagem para os visitantes. Bem antes do intervalo, LeBron já tinha feito oito pontos, o seu total na partida anterior. Mas não era o bastante para segurar os donos da casa. Aos poucos, os Mavs foram se encontrando pelas mãos de Nowitzki, que somou 16 pontos na primeira metade e, ajudado pelos 11 de Chandler, levou os Dallas para o vestiário a vencer por 60 a 57. Wade, que saiu a mancar, não voltou. Enquanto era avaliado pelos médicos no vestiário a portas fechadas, o ala não viu que, na quadra, James tentava jogar por dois.
Mas não era fácil, porque as bolas de três dos Mavericks continuavam caindo, com Nowitzki e Barea. A vantagem saltou para meia dúzia. Quando Wade voltou, ainda de agasalho para o banco de reservas, os Dallas abriram nove pontos, para o delírio da torcida. Na virada para os últimos dez minutos, a vantagem dos Dallas era de 84 a 79.
Os Miami mantiveram o ritmo da reação, já com Wade jogando, e a vantagem caiu para dois pontos faltando oito minutos para o fim. Coube ao insistente Barea responder de imediato com uma bola de três, e pouco depois Nowitzki voltou a abrir cinco com dois lances livres. A exemplo do que tinha acontecido no jogo anterior, LeBron não pontuava no último período, mas compensava com bons passes. A cinco minutos do fim, já tinha um triplo-duplo. E foi aí que Wade acionou Udonis Haslem para um afundanço.
A claque mal acreditou: os Miami estavam na frente outra vez. Os Dallas empataram de novo com um cesto de Terry de três, os seus primeiros pontos no segundo tempo: 100 a 100. Kidd repetiu a dose pouco depois para abrir cinco de novo, e após um erro de lance livre de Chris Bosh, Terry apareceu de novo.
Marcado, soltou a bomba de três e abriu sete pontos a 30 segundos do fim. Dali em diante, o Miami não teve mais fôlego para reagir. Resta agora vencer duas vezes em casa. Ou ver os Dallas festejando o título no seu quintal.