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Governo persegue políticas “precipitadas” no campo agro-alimentar

O agro-economista e director científico da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Firmino Mucavel, disse esta quinta-feira, ao jornal Correio da manhã, que o Governo de Moçambique “precipita-se” na sua política de alimentação sustentável, por preterir a criação de vias de acesso entre os centros de produção e os de consumo.

“A equação do desenvolvimento agrícola para alimentação passa, necessariamente, pelo desenvolvimento de infra- estruturas que ligam os centros de produção e de consumo”, salientou Mucavel, acrescentando de seguida que o Governo moçambicano não se deve limitar a atribuir subsídios de produção aos agricultores, mas, sim, realizar investimentos avultados em empreendimentos que garantam o armazenamento e processamento dos produtos, evitando o seu apodrecimento.

Por outro lado, aquele académico indicou que os resultados de investigação em Moçambique não são utilizados de forma racional pelos governantes, sendo que “os políticos têm pressa em ter soluções imediatas e não implementam políticas contínuas, acabando por abandonar os projectos de investigação sem antes esperar pelos resultados”, dando o exemplo concreto da União Europeia (UE), que levou cerca de 50 anos a implementar a mesma política de alimentação, enquanto Moçambique, em 35 anos, já teve quatro políticas, todas elas fracassadas, porque o Governo é “impaciente”.

Em jeito de conclusão, Firmino Mucavel acusou alguns governantes de serem “alérgicos” a estudos, pelo facto de nunca aguardarem pelos resultados finais das investigações científicas e nem consolidarem os já existentes, situação que frustra os investigadores.

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