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Não entremos em pânico porque o “FMI e Moçambique irão continuar a trabalhar juntos” e a União Europeia tem “interesse em ajudar e não de enterrar ou incriminar”

Os moçambicanos honestos que suportam impassíveis o custo de vida agravar-se e parecem aguardar uma solução milagrosa, não devem entrar em “pânico” disse o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, afinal o “FMI e Moçambique irão continuar a trabalhar juntos de forma construtiva”, afirmou a instituição de Bretton Woods após saber da dimensão das dívidas contraídas por empresas estatais. Tudo indica que apesar desses empréstimos terem sido avalizados pelo Estado, na altura dirigido por Armando Guebuza, violando as Leis nacionais ainda “há interesse em ajudar o país e não de enterrar ou incriminar”, declarou o Presidente Filipe Nyusi após “dar a cara” na União Europeia. Paguemos então todos as dívidas, apesar de terem sido contraídas secretamente por um punhado de membros do partido Frelimo, e desse dinheiro nem sequer ter entrado para os cofres públicos.

“Não entremos em pânico compatriotas, continuemos focados nas nossas actividades laborais/produtivas” pediu através da rede social facebook o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, que foi aos Estados Unidos da América explicar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial os detalhes dos empréstimos ilegalmente avalizados entre 2013 2014 pelo Governo do partido Frelimo, então dirigido por Armando Guebuza.

Sem dizer de que forma os salários, que nunca chegaram para suprir as necessidades básicas, irão agora ser suficientes para que os moçambicanos tenham uma alimentação condigna, levem os filhos à escola ou tenham acesso a cuidados de saúde, Carlos Agostinho do Rosário apelou ao serenar dos ânimos porque “Menos dias mais dias iremos superar este desafio”.

O desafio que agora é de todos é a dívida externa, que começou em 850 milhões de dólares norte-americanos (EMATUM), aumentou para 1,47 bilião (Proindicus) e, segundo o que se vai sabendo pela imprensa, ultrapassa os 2 biliões, mas nem o Chefe de Estado nem o primeiro-ministro se dignam a explica-la aos seus compatriotas desta chamada “pérola do Índico”.

Numa entrevista recente ao @Verdade o economista António Francisco explicou que o “FMI é um dos principais responsáveis pelo delírio financeiro em que Moçambique embarcou e pela cambalhota que está a acontecer”.

Estas não são as primeiras dívidas que os membros do partido Frelimo deixam para o povo pagar

“Sentimos que há interesse em ajudar o país e não de enterrar ou incriminar”, declarou o Presidente Filipe Nyusi depois explicar a União Europeia(UE) os detalhes das dívidas que o seu antecessor avalizou violando a Constituição da República de Moçambique, atropelando a Lei Orçamental de 2013 e até a Lei da Probidade.

Recordar que o interesse da UE não se deve apenas ao facto destes escândalos financeiros tornarem evidente a inoperância do Parlamento, do Tribunal Administrativo e da Procuradoria-Geral da República, apesar dos milhões que têm recebido de Bruxelas mas também porque muito dinheiro de cidadãos europeus foi investido nos títulos da dívida da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM).

Por isso, se os moçambicanos têm a expectativa que o FMI, o Banco Mundial e a União Europeia irão ajuda-los a sair deste buraco, que o partido Frelimo cavou ainda mais, convém recordarem-se, por exemplo, que desde a década noventa que aguardam pelos nomes de cada um dos beneficiários dos empréstimos que o então Banco Austral distribuiu e nunca foram devolvidos. É público que os beneficiários foram membros do partido que governa Moçambique desde 1975 mas nunca foram nomeados.

Ainda no término da sua deslocação à Alemanha e a Bélgica o Chefe de Estado moçambicano afirmou que “(…)a democracia não se compadece com um partido armado”, é verdade porém, também é verdade, que um Estado de Direito não se compadece com endividamentos secretos ainda por cima para fins obscuros.

 

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