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Nampula-Rapale: “sete milhões” só para projectos de impacto

O Conselho Consultivo do distrito de Nampula, na província do mesmo nome, no norte de Moçambique, reunido, Quarta-fera, em mais uma sessão, decidiu passar a alocar o Orçamento de Iniciativa Local (OIL), comummente conhecido por “Sete Milhões”, para financiar projectos de impacto para aquela região do país.

Esta informação foi revelada, Quarta-feira, a jornalistas, em Rapale, sede do distrito de Nampula, pelo respectivo administrador, Armindo Marcelino Gove.

Segundo o administrador, esta decisão resultou da constatação de que muito dinheiro é desembolsado para financiar pessoas que, as vezes, não desenvolvem actividades de impacto ou que não usam os recursos para os fins pelos quais foram aprovados. Assim, as autoridades distritais avisam que, nos próximos anos, o número de projectos financiados poderá ser reduzido.

“Na reunião do Conselho Consultivo realizada hoje decidiu-se que temos que começar a financiar projectos de impacto e não dar 10 mil ou cinco mil às pessoas que, depois, acabam gastando sem fazer nada. Temos que financiar um projecto em que amanhã possamos visitar e ver que realmente valeu a pena, quer em termos de resultados, quer pelo nível de reembolso”, explicou.

A fonte acrescentou que o número de projectos poderá ir reduzindo nos próximos anos, “porque poderemos desembolsar 200 mil, 300 mil ou mais para financiar projectos que vão, de facto, criar mais postos de trabalho e produzir comida, conforme o objectivo da iniciativa”.

Gove disse que apesar dos problemas do baixo reembolso dos valores atribuídos, os “Sete Milhões” tiveram impacto positivo na vida das populações. Segundo o administrador, o OIL veio resolver o problema do agro-processamento, sobretudo, de cereais e da falta de alguns bens de consumo.

“Com estes fundos financiamos alguns projectos de pequena e média dimensão, maioritariamente na área do agro-processamento, que estão a resolver o constrangimento de processamento dos cereais, porque as populações produziam e não conseguiam farrinar os cereais e, hoje, temos moageiras. Estamos a resolver problema da falta de estabelecimentos comerciais. Antes, era normal ver uma família ficar sem tomar chá por falta de açúcar ou porque tinham que percorrer longas distâncias. Hoje, já se vende açúcar, leite e até refresco nesta região. Há pessoas que já pensam em abrir estâncias turísticas para acomodar pessoas nas zonas rurais e isso é que é importante”, explicou.

Este ano o distrito recebeu cerca de 6.4 milhões de meticais, tendo financiado 143 projectos. Há pouco tempo, o Governo central enviou um valor adicional de 628 mil e, na sequência, o Conselho Consultivo de Nampula-Rapale reunido, hoje, aprovou mais cinco projectos, totalizando 140 este ano.

Entretanto, de 2006, altura em que a iniciativa foi criada pelo executivo de Armando Guebuza, a esta parte, foram aprovados mais de mil projectos, num valor de cerca de 45 milhões de meticais.

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