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Nampula carece de promotores musicais

A falta de promotores musicais na província de Nampula está a ofuscar o processo de divulgação dos novos talentos, e, em consequência disso, vários músicos emergentes são obrigados a venderem as suas criações artísticas a produtoras clandestinas, que proliferam nos diversos bairros suburbanos da cidade capital provincial, Nacala-porto e Ilha de Moçambique, a preços que variam entre 350 a 500 meticais.

Dados do departamento da acção cultural da Direcção provincial de Cultura, indicam que, ao nível da província de Nampula, existe apenas uma única empresa licenciada para a promoção de espectáculos, denominada F. Duarte Produções que, entretanto, se mostra incapaz de responder à demanda.

Músicos como Janeiro, Charifo Charame, Thorrwi de Freitas, Mr Bling, Mr Humer, este último que se tornou célebre por ter composto e cantado a música “Frelimo quando promete faz”, são alguns dos exemplos de cantores da nova geração, cujas criações musicais estão, neste momento, a “dar” nas diversas Rádios e clubes dançantes nas cidades de Nacala-porto, Ilha de Moçambique e uma parte da capital provincial.

Porém, o mau grado em tudo isso é o facto de os autores destas músicas não estarem a ganhar praticamente nada com isso, salvo as “home studios”( produtoras domésticas ou caseiras) que proliferam nas três regiões acima referidas, que pagam o “caché” de 350 a 500 meticais para o musico ceder os seus direitos autorais para a edição de um disco. Thorrwi de Freitas, um dos músicos que falou à nossa Reportagem, confessou que em Nampula, quando alguém se decide pela arte de cantar tem de estar preparado de que tem de fazê-lo sem olhar aos proveitos, porque estes nunca existirão -referiu.

Thorrwi, que gravou em tempos, pela chancela da VIDISCO Moçambique, a Música “Sawiphini”, e que em algum momento trabalhou ao lado de Charifo Victor Salimo, o tal de “Mpepe”, disse ter decidido “divorciar-se” daquela produtora por causa dos baixos “cachés”.

Disse ele que lhe pagavam 5 mil meticais/ano com o compromisso de produzir três discos. Se em Maputo as coisas eram más, aqui estão piores: estamos votados à indigência -rematou.

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