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Nações Unidas começam a retirar pessoal da Costa do Marfim

Cerca de 460 funcionários das Nações Unidas vão continuar a acompanhar a situação de caos e de confusão a partir de outro país africano, a Gâmbia, anunciou um porta-voz da organização, Martin Nesirky.

 

 

O Presidente do Botsuana, Ian Khama, pediu a todos os chefes de Estado africanos que condenem energicamente o que está a acontecer, depois de o seu homólogo da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, não ter reconhecido os resultados da Comissão Eleitoral Permanente que o davam como derrotado na segunda volta das presidenciais. Khama, filho do primeiro Presidente negro que houve no Botsuana, Sir Seretse Khama, afirmou à BBC que Gbagbo se deveria retirar, apesar de o Conselho Constitucional dirigido por um amigo seu o ter considerado reeleito.

Quanto ao antigo presidente sul-africano Thabo Mbeki, enviado da União Africana (UA), terminou segunda-feira à noite a sua missão de medianeiro na Costa do Marfim sem ter conseguido qualquer compromisso entre Gbagbo e o político que a Comissão Eleitoral Independente proclamou vencedor: Alassane Dramane Ouattara, de 68 anos. Tal como Ian Khama, as Nações Unidas reconheceram Ouattara como o Presidente eleito de um país que é o maior produtor mundial de cacau, mas que desde há uma década deixou de ser visto como um território de paz e de prosperidade.

Ajuda cortada

O Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento e a União Europeia (UE) já disseram que a Costa do Marfim terá de resolver a sua crise política se não desejar ver congelado todo o auxílio que lhe é prestado. O resultado da segunda volta das presidenciais, disputada no dia 28 de Novembro, deixou o país com dois presidentes, cada um dos quais designou o seu primeiro-ministro, tendo Ouattara optado pelo que já se encontrava em funções desde 2007, Guillaume Soro, e que cessou a sua difícil coabitação com Gbagbo.

Os dados da Comissão Eleitoral Independentes, aceites pela comunidade internacional, deram 54% dos votos a Ouattara e 46% ao Presidente cessante, enquanto os do Conselho Constitucional, dirigirdo por Paul Yao N’dré – familiar e aliado do Presidente e candidato Laurent Gbagbo –, favoreceram este: 51%, contra 49%.

Embaixadores

O correspondente da BBC em Abidjan, John James, referiu rumores de que cada um dos presidentes agora existentes em simultâneo irá designar os seus próprios embaixadores nos diferentes países, aumentando ainda mais a confusão.

A atitude de bater em retirada tomada pela ONU também já foi tomada por empresas como a France Telecom e muitos dos exportadores de cacau que trabalham com o mercado local. As Nações Unidas têm mantido no país perto de 10 000 capacetes azuis, alguns dos quais estão agora a proteger Ouattara e o Governo de Soro, que representa essencialmente as chamadas Forças Novas que controlam a metade setentrional do país. Angola Entretanto, um conselheiro especial do Presidente Gbagbo viajou para Luanda para assegurar ao Presidente José Eduardo dos Santos que a situação no seu país “está calma”. “A situação está calma”, disse aos jornalistas o conselheiro especial para a Defesa e Segurança do Presidente cessante da Costa do Marfim, Kadet Bertin, no final do encontro com o Presidente angolano.

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