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Nacir Armando: O Ferroviário de Quelimane luta pela manutenção

Nacir Armando: O Ferroviário de Quelimane luta pela manutenção

O conceituado treinador do futebol moçambicano, Nacir Armando, trocou o Desportivo de Nacala pelo Ferroviário de Quelimane que regressa ao Moçambola depois de um longo período a disputar o Campeonato Provincial da Zambézia. Numa entrevista concedida ao jornal @Verdade, o novo “comandante” da locomotiva da Zambézia revelou que aquele clube está em condições de garantir a permanência na prova máxima do futebol moçambicano.

@Verdade (@V) – No ano passado orientou o Desportivo de Nacala e alcançou os objectivos propostos pela direcção daquele clube. Foi surpreendente o anúncio da sua retirada. A que se deveu a decisão, sabido que foi tomada pelo próprio Nacir Armando?

Nacir Armando (NA) – Simplesmente quis mudar de ambiente e trazer a minha experiência de trabalho ao Ferroviário de Quelimane, depois que recebi o convite da direcção desta colectividade. Nunca estive nesta cidade em missão de trabalho e achei interessante aceitar o desafio. A dada altura, a pressão em Nacala passou a ser outra e achei que era proveitoso vir a Quelimane ajudar a locomotiva a lutar pela manutenção no Moçambola, apesar de ser um objectivo espinhoso.

@V – O mister temeu pelo fracasso em Nacala?

NA – Todo o mundo tem preferências. Eu tive as minhas. Como referi anteriormente, aceitei o convite do Ferroviário de Quelimane por achar que estou em condições de alcançar os objectivos definidos.

@V – Olhando para os reforços que o clube contratou, comparativamente com jogadores dispensados, acha que encontrou a equipa certa para lutar pela manutenção?

NA – Claramente que sim. Quando vim a Quelimane para trabalhar com o Ferroviário, alguns jogadores que disputaram a fase de apuramento ao Moçambola, no ano passado, já tinham firmado contratos com outros clubes. Os que ficaram, maioritariamente, não me agradaram pela manifesta incapacidade técnica. Exigi a contratação de jogadores capazes de responder às exigências de uma competição de alto rendimento. A direcção respondeu positivamente e estou feliz. Ou seja, tenho um plantel que vai orgulhar o povo da Zambézia neste ano.

@V – Sendo estreante no Moçambola, que tipo de Ferroviário de Quelimane devemos esperar?

NA – Nós vamos evitar o máximo perder pontos em casa e procurar pontuar fora. Esta é a nossa filosofia de trabalho, embora esta edição do Moçambola prometa ser a mais competitiva de sempre, avaliando pelos plantéis das equipas participantes.

@V – Qual é a opinião de Nacir Armando acerca dos treinadores estrangeiros no Moçambola?

NA – Os treinadores estrangeiros em Moçambique são uma espécie de reforços das direcções dos clubes. Igualam-se àqueles que abandonam as suas zonas de origem para um determinado fim, neste caso de trabalhar e ganhar dinheiro. Eles têm a obrigação de mostrar serviço e qualidade, que de certa forma inspiram os nacionais que se sentem muito felizes quando derrotam um estrangeiro.

Não restam dúvidas de que eles trazem qualidade ao nosso Moçambola. Só que não deixa de ser estranho quando alguns deles terminam o campeonato no meio da tabela classificativa, por vezes abaixo de um moçambicano. Os treinadores estrangeiros, alguns, não honram os salários chorudos que ganham.

@V – Acha que o nosso futebol está melhor, comparativamente aos anos anteriores?

NA – Na minha opinião eu acho que estamos a melhorar a cada ano. As pessoas ficam confusas quando querem comparar o futebol praticado na Europa com o moçambicano. Lá existe profissionalismo e nós estamos a romper esta barreira. Por exemplo, há pessoas que querem que uma equipa do Moçambola jogue da mesma forma que o Barcelona. E quando isso não acontece dizem que “em Moçambique não há futebol”.

Não olham para os campos que temos e as condições que oferecemos aos jogadores e aos treinadores desde o período de formação até no exercício das suas actividades. Para mim, repito, o Moçambola está num bom caminho. Não estamos longe do patamar de outros países africanos.

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