Chinde, Morrumbala e Mopeia, são tidos como os distritos que estão neste momento em alerta máximo, devido as cheias do rio Zambeze. Para isso, as autoridades que trabalham na área dizem que a situação é preocupante, mas minimizam dizendo que até agora não há pessoas em resgate.
Numa entrevista concedida na manhã desta terça-feira, o delegado do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) na Zambézia, João Manuel Zamissa, explicou que ao nível da província, os distritos de Mopeia, Morrumbala e Chinde, são aqueles que ate agora não deixam o sector sossegado.
De acordo com Zamissa, até agora há gente estimada em cerca de 28 mil pessoas que estão em risco, porque conforme suas palavras, estas pessoas precisam de serem retiradas destas zonas de risco, visto que quando se olha pelos níveis de alerta, então pode concluir sem precisar de algum instrumento que tarde ou cedo, aquelas pessoas poderão ser apanhadas.
E como medida de prevenção, o delegado do INGC na Zambézia, disse que equipas multi-sectoriais estão no terreno para juntos destas pessoas em riscos, poder ver quais as possíveis saídas para esta gente.
Estas equipas de acordo ainda com o nosso entrevistado, estão em Mopeia e ao mesmo tempo, estão a efectuar trabalho em Morrumbala, concretamente no posto administrativo de Chire, onde as águas do Zambeze, a qualquer momento poderão galgar o leito e atingir a população.
Água sobe diariamente
Os níveis hidrométricos continuam a subir diariamente na província da Zambézia. Sabe-se que o centro hirométrico de Chimuara, cada dia, a água vai aumentando.
E só para elucidar, esta terça-feira, portanto ontem as 6horas os níveis de alerta estavam situados em 6m30cm. Aqui pode-Foto extraída do google se ver que os níveis de alerta são assustadores porque o padrão de cálculo para os níveis de alerta é de 5metros.
Conforme explicou João Zamissa, esta subida galopante das águas mostra claramente que nos próximos dias a situação poderá ser mais drástica.
Num outro passo, Zamissa vincou a necessidade de as pessoas irem se retirando das zonas de risco para as zonas seguras, de acordo com as alertas que tem vindo a serem dados pelos comités locais.
Há machambas inundadas
Com o aumento das águas nos distritos supramencionados, a produção agrícola começa a estar em causa. O esforço dos agricultores, pelomenos de alguns, foi todo água abaixo, porque as suas machambas já estão inundadas neste momento.
São cerca de 575 campos agrícolas inundados neste momento em Mopeia, província da Zambézia. Campos estes que tinham produtos diversos, com particular destaque par milho.
O delegado do INGC na Zambézia, diz não ter neste momento os cálculos em termos de áreas, mas assegurou que “quem for a Mopeia, claro em algumas zonas, vai encontrar machambas inundadas” – garantiu Zamissa.
Quando questionado sobre que medidas serão tomadas neste capítulo agrícola, a fonte disse que neste momento, não se pode fazer nada, mas sim deixar que as aguas abrandem para depois contabilizar os danos e dai agir para salvar estas pessoas que viram seus campos debaixo de água.
“Estamos em alerta vermelho”
A província da Zambézia a semelhança do resto do país, está em alerta vermelho. Só que nesta província, apesar deste alerta vermelho, ainda não começou a operação de resgate das pessoas afectadas pelas aguas dos rios.
Isso porque ainda de acordo com o nosso entrevistado, as pessoas podem sair com os seus próprios pés. O que neste momento o INGC está a fazer é monitorar a situação. As equipas que estão no terreno, estão já providos de meios como barcos, tendas, etc para casos de necessidade de resgate.
“Estamos no terreno experimentando os meios que temos, porque não queremos ser encontramos em contra-pé” – disse Zamissa para depois acrescentar que “a tendência não é manter este número de 28 mil pessoas, mas sim queremos que diariamente este número vá baixando”- rematou.
Refira-se que o INGC já tem um plano de acção para responder com a demanda do cenário das cheias na Zambézia. Mas neste momento, o distrito que não deixa do INGC com sono é do Chinde. Ali, a situação é tida como dramática, olhando pela sua localização geográfica.
