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Na “Terra da Boa Gente”, netos assassinam avó acusando-a de feitiçaria

A violência contra os idosos – quase sempre perpetrada pelos familiares – prevalece, o que torna o seu dia-a-dia penoso. Na vila de Morrumbene, província de Inhambane, três jovens cujas identidades não foram reveladas pelas autoridades despiram a vergonha, encheram-se de audácia e assassinaram a própria avó de 74 anos de idades, à paulada, supostamente porque era feiticeira.

Os presumíveis homicidas, com idades que variam de 19 a 25 anos, espancaram a septuagenária com recurso a paus, sem no entanto especificar em que circunstâncias e por que cargas de água eles foram alegadamente enfeitiçados.

Os promotores do acto em questão incendiaram a casa da malograda, reduzindo-a a cinzas, com ela no interior.

A idosa não foi carbonizada graças à pronta intervenção dos vizinhos e da Polícia da República de Moçambique (PRM), que a socorreram para o Hospital Rural de Chicuque, na cidade da Maxixe, onde viria a perder a vida, por conta da gravidade das lesões resultantes da pancadaria.

Sobre este tipo de crime, o sociólogo moçambicano e Professor Catedrático, Carlos Serra, disse, no passado, que acusar alguém de feitiçaria é linchá-lo.

As crianças, por exemplo, “não nascem a acusar pessoas de feiticeiras e ladrões”. Elas aprendem dos adultos a fazê-lo e no futuro “cometem os crimes que conhecemos”.

No processo de aprendizagem e socialização, essas criaturas aprendem a dividir os seres humanos “entre feiticeiros e não feiticeiros, especialmente as mulheres”.

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