A reitoria da Universidade Mussá Bin Bique promete retirar as taxas que estão na origem da recente paralisação da actividade lectiva pelos estudantes da delegação de Inhambane, no Sul de Moçambique, em protesto contra os recentes agravamentos decretados por esta instituição privada.
Na pauta reivindicativa, os estudantes apontam questões como o valor a pagar pelas propinas agravado de 2.800 para 3.300 meticais (de cerca de 100 para cerca de 115 dólares norte-americanos) para o período laboral e 3.600 para o pós-laboral (cerca 120 dólares).
A taxa recorrência, considerada maior “calcanhar de Aquiles”, foi agravada para cerca de 2000 meticais até porque segundo o respectivo reitor, Francisco Alar, o normal de um estudante que frequenta uma universidade não é pensar nessa taxa, mas sim dispensar salvo se isso falhar pode pensar no exame.
Todavia, Alar apelou Quinta-feira aos estudantes para ficarem tranquilos porque algumas das taxas que têm a pagar serão retiradas, após perceber que o remoinho levantado deriva da taxa de recorrência, pese embora nem todos vão a recorrência.
Alar, que fez a promessa à margem da 1ª sessão do Conselho do Ensino Superior, disse que a greve desencadeada pelos estudantes constitui a explosão do “barril de pólvora” que há muito dava sinal de vir a rebentar.
“A universidade enfrenta uma série de pequenas questões que precisam ser limadas a começar pelas infra-estruturas”, disse o reitor, apontando, a título de exemplo, o campo de práticas, na delegação de Inhambane, que fica em Nhacoongo, há cerca de 70 quilómetros da cidade de Inhambane.
As receitas que a instituição de ensino arrecada não são suficientes para transportar os estudantes, duas vezes por semana, para fazer as práticas, naquele local, sobretudo os estudantes do curso de ciências agrárias, leccionado no estabelecimento de ensino.
O reitor disse, por outro lado, que a outra preocupação levantada pelos estudantes tem a ver com a nota de dispensa, elevada de 14 para 16 valores, medida introduzida no presente ano académico.
Francisco Alar afirmou que a tomada de tal decisão partiu do princípio que um indivíduo que vai a universidade vai para fazer o melhor e não o pior.
Não obstante os problemas que a universidade enfrenta, o reitor disse haver uma visão conducente a saída da crise em que se encontra que na sua óptica do reitor, passa pelo envolvimento de todos os que criaram a instituição, concretamente os 35 membros do Centro de Formação Islâmica.
A Universidade Mussá Bin Bique existe há 14 anos e está representada em seis províncias do país com cerca de três mil estudantes e em Inhambane tem um universo de 400 discentes, onde se lecciona os cursos de ciências agrárias, contabilidade e gestão e direito.