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Município da Beira pode estar a pagar 40 mil dólares por cada premiação de Daviz Simango

Um périto sénior em matéria de Administração e Marketing com conhecimentos sólidos sobre a PMR-África, revista sul africana que nos últimos anos tem estado a distinguir Daviz Simango alegadamente pelo seu desempenho autárquico, denunciou, quarta-feira, ao nosso jornal que o município da Beira pode estar a pagar àquela publicação cerca de quarenta mil dólares norte americanos (aproximadamente 1.3 milhões de meticais) por cada premiação ao seu edil.

Segundo o périto baseado em Maputo, o montante inclui os pagamentos a assessoria prestada com a elaboração dos termos de sustentação da distinção, pagamentos das páginas da revista para a inserção dos conteúdos ou pressupostos da premiação, e ainda deslocações e alojamento tanto dos promotores da revista assim como do próprio edil e membros da sua comitiva que geralmente participam desses eventos que acabam se transformando mais num jantar do que propriamente uma cerimónia.

A fonte indicou que qualquer sujeito e/ou instituição pode encomendar àquela revista para a sua distinção, uma prática comum nos últimos tempos geralmente usada por organizações empresariais que pretendam promover a sua imagem no mercado ou obter créditos junto de instituições do seu interesse.

Essa revelação, no entanto, desvaloriza o mérito das sucessivas distinções do autarca Daviz Simango pela PMR-África, porquanto entendese uma premiação é um acto de recompensa ou honra concedida alguém, o que difere de um acto de aquisição, pois o prémio ou a honra o normal não se compram, se não passa a ser uma auto-premiação ou pseuda-premiação.

Uma vez que Daviz Simango já foi premiado cinco vezes pela mesma instituição e tendo em conta a denúncia feita ao nosso jornal pelo périto em matéria de Administração e Markting baseado em Maputo e que, sabese, já ajudou algumas organizações a aderirem aquele negócio, o município da Beira pode ter despendido até aqui cerca de duzentos mil dólares (aproximadamente 6.6 milhões de meticais) para suportar a distinção do seu edil.

Trata-se de um valor bastante elevado que certamente sugere as entidades competentes averiguarem a sua proveniência, porquanto sabe-se essa despeza não consta de nenhuma rubrica das contas do município.

Última distinção não teve o impacto desejado

Entretanto, a nossa fonte em Maputo considerou a última premiação de Daviz Simango pela revista sul africana PMR-África não surtiu o impacto que seria de desejar por parte do edil da Beira, ao não ter merecido destaque em quase toda imprensa nacional.

Aliás, na nossa edição anterior apresentamos argumentos de um jornalista em exercício na Beira que disse a distinção de Daviz Simango nesta segunda- feira não suscitou interesse por parte da mídia uma vez que esta já tem a percepção de aqueles prémios não passam duma farsa para atrair simpatia popular.

Na opinião do mesmo jornalista, a história desses prémios sabe-se muitas vezes são encomendados, envolvem pagamentos, e observou que os critérios de atribuição não são claros, pior em relação a uma cidade que se sabe enfrenta sérios problemas desde o saneamento, estradas, limpeza, fraca atracção de investimento o que torna a urbe com taxas elevadas de desemprego, criminalidade, e ainda os problemas que sistematicamente se levantam na imprensa sobre a própria gestão que tem assumido um carácter nepotista e de certa arrogância.

“São aspectos que acho deviam ser levados em conta para uma cidade que conquista o quinto prémio consecutivo, piora ainda o facto de os mesmos serem atribuídos sempre pela mesma instituição”.

Cúpula de Daviz usou truque para simular que houve muita aderência

Ainda na edição de ontem referimos que Daviz Simango não conseguiu nesta terça-feira renovar a dimensão de recepção que já teve outras vezes quando foi receber o prémio de melhor desempenho autárquico em Moçambique. O número de pessoas que o foram receber anteontem no Aeroporto Internacional da Beira não superava sequer um quinto do universo que vinha se registando das vezes anteriores.

Há quem tenha feito uma contagem superficial e disse ao nosso jornal não passavam sequer quinhentas pessoas, apesar de o prémio que trouxe anteontem ser ainda maior que os anteriores por se refereir de melhor desempenho autárquico em toda África Austral, enquanto doutras vezes se referia apenas ao conjunto das trinta e três autarquias moçambicanas.

Um influente actor político na Beira disse ontem ao nosso jornal que Daviz Simango e a sua cúpula percebendo da fraca afluencia popular, usaram uma estratégia que foi barrar o trânsito na via usada simulando que todas restantes viaturas que seguiam atrás faziam parte da caravana, para criar uma sensação na opinião pública de ter sido recebido com pompa e circunstância.

Esse cenário, segundo a fonte, criou sérios transtornos à vários automobilistas que acabaram não conseguindo cumprir os seus compromissos porque não puderam chegar a hora uma vez o trânsito estava bloqueado.

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