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Munícipes ainda não têm água

Foi em 2008 que o país votou para as autarquias, os chamados órgãos locais de governação. O estado aumentou algumas vilas e cidades a categoria de autarquia e Alto Molocué, lá para o norte da Zambézia, não fugiu a regra.


Foi contemplado, embora sem as devidas condições, mas por razões políticas, a vila assumiu a categoria de autarquia. Claro, porque também os munícipes votaram e deram assim aval ao partido Frelimo e o seu candidato, Sertório Fernando.

Houve promessas principalmente na área de abastecimento de água, que é até agora a grande dor de cabeça. Com um sistema de abastecimento de água a vila, já obsoleto, a edilidade sempre garantiu que haveria água potável para os mais de 200 mil munícipes daquela vila.

Mas já passa um ano e oito meses, a água prometida nunca chega. Os munícipes vivem através da água das bombas manuais do modelo AFRIDEV.

Gente há, que sai de casa as 4horas da manhã a procura de pelomenos 20litros de água, mas se consegue é com sorte. Permanecem horas e horas nas bombas de água.

Murmuram, riem-se, choram, cantam, mas no fim questionam: “Votamos para quê?” Amina Eugénio foi uma das mulheres a quem encontramos na tarde desta terça-feira, na bomba situada atrás da administração do distrito.

Foi difícil obter dois dedos de conversa com ela, em volta deste assunto. Amina, disse nos que o problema de água na vila de Alto Molocué, tira sono as pessoas que tanto depositaram confiança aos órgãos autárquicos, mas que agora mostram incapacidade em resolver este crónico problema.

“Estamos cansados de sair de casa as 4horas e só voltar as 10h ou mesmo 12horas, só para obter uns 20litros de água”-disse a fonte para depois acrescentar que “assim, não valeu nada termos votado, visto que os nossos problemas não são resolvidos”-rematou. Durberta Muculutxi, munícipe de Alto Molocué, explicou que a falta de água na vila não é um problema novo.

Só que, o que inquieta a Durberta é pelo facto de no tempo da campanha eleitoral que culminou com a eleição do Sertório Fernando e seu colectivo, este prometeu dar água potável aos munícipes, mas até agora nada.

“Estamos a sofrer, não temos água, todos buscamos água nesta bomba que por vezes seca”-disse a fonte.

Num outro desenvolvimento, a fonte lamentou o facto de nenhum dirigente autárquicos não vir em público explicar o que é que se passa para esta falta de água, da mesma maneira que estes prometeram aquando da campanha eleitoral em 2008.

“Não estamos bem no abastecimento de água” Entretanto, numa conversa com o Presidente do Conselho Municipal da Vila de Alto Molocué, Sertório Fernando, este reconheceu que o abastecimento de água ainda é uma miragem, dai que de facto, a edilidade ainda está longe de satisfazer aos munícipes na componente de abastecimento de água.

De acordo com o edil Sertório, a falta de água na vila é uma dor de cabeça, mas como autarquia, não tem capacidade para num abrir e fechar de olhos resolver este problema.

Para o efeito, ficamos a saber do edil que, neste momento a vila é abastecida por furos de água abertos com financiamento do governo.

Por outro lado, Sertório Fernando explicou que em 2008, o governo central lançou um concurso para o estudo para o abastecimento de água a vila sede de Alto Molocué. Ao que tudo apontava, a água seria captada a partir do monte Rurrupi, que dista a mais de 20km de distância da vila sede.

Só que foi provado que esta água que viria dos montes Rurrupi, não seria suficiente para abastecer aos munícipes, dai que ate agora o edil não sabe como as coisas estão. Todavia, a nossa fonte garante que até ao fim do seu mandato, haverá água para os munícipes daquela vila municipal.

“Estamos sim com dificuldades no abastecimento de água, mas até ao fim do nosso mandato, haverá água para os munícipes”-garante o edil de Molocué.

De referir que Alto Molocué não é única vila ou sede distrital com problemas sérios no abastecimento de água potável, dai que ao que se nota, parece que ainda há muito trabalho por fazer.

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