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Multiplicam-se incidentes ao longo da fronteira entre Moçambique e Malawi

Dois oficiais da Polícia malawiana estiveram detidos durante três dias na semana passada em Angónia, distrito da província central de Tete, após terem entrado ilegalmente em Moçambique, em mais um sinal do agravamento da tensão entre os dois países que nunca tiveram boas relações nos últimos 35 anos.

Trata-se do subinspector Knoxy Khonje e o seu colega Constable Chiwaya, afectos à Polícia malawiana na região de Dedza. Dados disponíveis dão conta de que os dois agentes policiais do Malaui entraram “inadvertidamente” em Moçambique uniformizados, armados e montados numa motorizada da Polícia malauiana.

Os dois agentes permaneceram sob custódia da Polícia moçambicana durante três dias e só viriam a ser restituídos à liberdade na passada sexta-feira, depois da intervenção de responsáveis da Lei e Ordem do Malawi, que se deslocaram expressamente para tratar do assunto à vila Ulongwé.

As autoridades malauianas justificam a entrada dos seus agentes policiais alegando que os mesmos estavam em missão de serviço na região fronteiriça de Mphathi, quando “inadvertidamente se perderam e entraram para o solo moçambicano”, através do posto administrativo de Domwé, onde foram detidos e depois transferidos para a vila de Ulongwé.

Este episódio vem juntarse a outros que evidenciam o mau relacionamento entre os dois vizinhos com uma fronteira de difícil identificação em parte substancial do seu traçado. Em 2009, por exemplo, agentes da Polícia daquele país invadiram o território nacional e destruíram o posto da Força da Guarda-Fronteira em Ngauma, província do Niassa, Norte do país.

O incidente, até hoje não devidamente clarificado pública e oficialmente, foi na altura rotulado de “provocação” por parte de altas patentes policiais moçambicanas.

Em Outubro de 2010, o adido militar do Malawi em Maputo foi interceptado e retido por algumas horas pela Polícia moçambicana a viajar, no entender das autoridades moçambicanas, “ilegalmente” pelo Rio Zambeze em direcção ao Porto fluvial de Nsanje, onde participaria na inauguração daquela infraestrutura do Malawi.

Moçambique e Malawi partilham uma extensa fronteira terrestre, fluvial e lacustre com mais de mil e quinhentos quilómetros.

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