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Multidão protesta no Iêmen e Saleh volta a bloquear acordo

Dezenas de milhares de iemenitas saíram na sexta-feira às ruas do país para manifestações a favor e contra o presidente Ali Abdullah Saleh, cujo partido evitou na véspera a concretização de um acordo que levaria à renúncia dele. Os manifestantes contrários ao governo reuniram-se para as preces de sexta-feira e, em seguida, saíram em passeata pela principal artéria da capital, a rua Siteen, ocupando vários quilômetros apesar da garoa fina.

“Oh, Deus, derrube o tirano do Iêmen”, gritavam eles. Muitos soltavam no ar balões com a palavra “Fora”. Mas uma multidão da mesma dimensão tomou a rua Sabiyeen para apoiar o presidente, que está no poder há quase 33 anos, e há três meses enfrenta protestos inspirados em outras rebeliões populares do mundo árabe.

Na sexta-feira, ele disse que seus adversários são “foras da lei” e “forças do terror”. “Sim à legitimidade constitucional, não ao caos, não aos planos de vingança … Eu lhes garanto que vocês vão permanecer unidos, firmes, como as montanhas de Ayban e Shamsan”, afirmou o presidente à multidão.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse ter enviado assessores para oferecer assistência política e humanitária. “É lamentável e frustrante que todos esses acordos que foram apresentados pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e pela comunidade internacional não tenham sido plenamente aceitos, acordados e implementados”, disse Ban. “Vou continuar a pressionar para que o povo do Iêmen possa desfrutar de uma liberdade genuína.”

Os países do Golfo, inclusive a poderosa vizinha Arábia Saudita, temem que a instabilidade se agrave no Iêmen, país mais pobre da Península Arábica, e por isso mediaram um acordo que levaria ao afastamento do presidente num prazo de 30 dias.

Na quinta-feira, o CCG ofereceu emendas ao plano, mas o partido governista disse que Saleh só irá assiná-lo depois que a oposição e os dirigentes do seu próprio partido aderirem. O principal líder da oposição, Sultan Atwani, disse que sua coalizão não aceita isso, pois exige que o presidente seja uma das partes originais do acordo. “Pedimos ao CCG e aos Estados Unidos e à União Europeia que pressionem Saleh a assinar a iniciativa”, afirmou.

Nas ruas, os manifestantes demonstram impaciência com a demora do presidente em sair. “Vamos usar outros meios para expulsá-los”, disse um deles, Fahed Mansour. “Vamos ampliar a greve geral e parar o movimento em todas as cidades. Ele não poderá resistir para sempre à nossa revolução.”

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