Um atentado suicida cometido por uma mulher contra um autocarro matou pelo menos seis pessoas no sul da Rússia, esta segunda-feira (22), disseram as autoridades, no pior ataque desse tipo realizado fora da volátil região do Cáucaso Norte em quase três anos.
A acção em Volgogrado provavelmente vai aumentar os temores de novos ataques de militantes islâmicos no momento em que a Rússia prepara-se para realizar em Fevereiro os Jogos Olímpicos de Inverno na estância turística de Sochi, no Mar Negro, não muito longe do Cáucaso Norte, região de maioria muçulmana.
O ataque, atribuído por investigadores a uma mulher de 30 anos do Daguestão -província russa do Cáucaso Norte que está no centro da insurgência – , deixou 32 pessoas feridas, das quais oito estavam em situação crítica, de acordo com um comité federal de investigações. A TV estatal mostrou imagens de uma explosão atingindo um autocarro que trafegava por uma via arborizada, tomadas por uma câmera instalada no painel de um carro.
Depois de o autocarro ter parado, os passageiros arrastaram-se para fora pelas portas e vidros. “Houve uma explosão, um estrondo, todos os vidros voaram para fora das janelas”, disse à TV estatal Rossiya um motorista chamado Ivan, que conduzia um veículo que estava atrás do autocarro.
“A nuvem de fumaça rapidamente se dissipou e então eu vi pessoas começarem a cair e correr para escapar do autocarro”, disse ele. “Foi uma visão horrível.” Citando uma fonte da investigação regional, a agência de notícias russa Interfax disse que os documentos de identidade da suspeita foram encontrados perto do local, e que acredita-se que ela tenha sido mulher de um militante islâmico.
O comité federal de investigação identificou a suspeita como Naida Asiyalova, de 30 anos, do Daguestão. “Essa mulher subiu no autocarro numa das paragens e a explosão ocorreu quase imediatamente depois. Isso foi confirmado por passageiros sobreviventes”, afirmou o porta-voz do comité, Vladimir Markin. “A explosão foi grande, foi imensa”, declarou Vladimir, um homem que disse à rádio Ekho Moscou que a sua filha sobreviveu ao atentado.
“Quando eu fui pegá-la, metade do autocarro simplesmente não existia. Foi assustador. Muito assustador”, disse. Nenhum grupo reivindicou de imediato a responsabilidade pelo ataque. Volgogrado tem cerca de 1 milhão de habitantes, fica a 900 quilómetros a sudeste de Moscovo e a poucas centenas de quilómetros do Cáucaso Norte e de Sochi.
O presidente russo, Vladimir Putin, colocou asua reputação em jogo na realização dos Jogos de Inverno e ordenou às autoridades o reforço da segurança na região, onde a insurgência islâmica tem raiz em duas guerras separatistas pós-soviéticas que colocaram militantes chechenos contra o governo central russo.
