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Mostrem misericórdia e não façam julgamentos precipitados, pede o novo papa

O papa Francisco, falando a uma multidão de mais de 150 mil pessoas na Praça de São Pedro, pediu ao mundo no domingo para ser mais indulgente e misericordioso e não tão rápido a condenar as falhas dos outros. “Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo”, disse da janela de um dos apartamentos papais com vista para a praça.

Quatro dias depois da sua eleição, o ex-cardeal argentino Jorge Bergoglio, falou tanto como papa quanto como pároco em uma missa numa pequena igreja no interior das muralhas da cidade-estado para algumas centenas de trabalhadores do Vaticano.

Gritos de “Francesco, Francesco, Francesco”, o nome do papa em italiano, reverberaram pela Praça e pela longa avenida de entrada do Vaticano.

Primeiro papa não-europeu em quase 1.300 anos, Francisco tem sinalizado uma mudança brusca de estilo em relação ao seu antecessor Bento 16. E já desenhou um caminho moral para os 1,2 bilhão de seguidores da Igreja Católica, atormentada por escândalos, intriga e discórdia.

“Irmãos e irmãs, bom dia”, disse ele, usando um estilo familiar que já se tornou a sua marca registrada. Ele teceu seu discurso a partir da janela assim como a homilia em torno da história do Evangelho da multidão que queriam apedrejar uma mulher que havia cometido adultério, mas foi salva por Jesus.

Jesus lhes disse: “aqueles entre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra” e, então, disse à mulher: “vá e não peques mais”. “Eu acho que, às vezes, somos como essas pessoas que por um lado querem ouvir Jesus, mas, por outro, gostam de jogar a pedra e condenar os outros. A mensagem de Jesus é esta: misericórdia”, disse ele.

MISERICÓRDIA

“Eu vim porque eu amo este papa”, disse Anna Barone, uma senhora do sul da Itália. “Espero que isso signifique um futuro melhor para a Igreja. Ele parece ter boas intenções. A Igreja deve ser pobre em espírito, não apenas em bens materiais e deve se aproximar mais das pessoas. Estou muito esperançada”, disse ela.

Num sinal de apreço pelo fato de o papa ter se inspirado em São Francisco de Assis, que pregou a animais e defendeu a natureza, um grupo levantou uma faixa que dizia: “Os amantes de animais e os animais agradecem o papa”.

Tanto na bênção quanto na homilia, o papa disse que as pessoas devem estar abertas a misericórdia de Deus, mesmo aqueles que cometeram pecados graves. “O Senhor nunca se cansa de perdoar, nunca! Nós é que nos cansamos de pedir perdão”, disse ele durante a missa.

A multidão na praça riu quando o papa mencionou um livro do cardeal alemão Walter Kasper. “Eu gostava muito deste livro, mas não pensem que eu estou tentando fazer propaganda dos livros de meus cardeais”, disse ele.

Antes rezar a missa para na pequena igreja de Santa Anna localizada dentro dos muros da cidade-estado, Francisco parou para cumprimentar simpatizantes que se alinharam próximos de um portão do Vaticano . Ele conversou e riu com muitos deles antes de apontar para o relógio preto de plástico no punho e dizer: “É quase dez horas, eu tenho que entrar. Eles estão a espera de mim.”

Na missa ele usou paramentos roxos da liturgia da Quaresma, que termina em duas semanas no domingo de Páscoa. No final da missa, ele esperou do lado de fora da igreja e cumprimentou as pessoas enquanto elas deixavam o prédio, como um se fosse um padre da paróquia. E pediu a muitos deles na saída: “Ore por mim”. E na benção para a multidão da Praça São Pedro, suas últimas palavras antes de sair da janela foram: “Tenham um bom domingo e um bom almoço.”

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