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Morte de príncipe saudita cria problemas para realeza do país

A morte do príncipe Sultan, herdeiro do trono da Arábia Saudita, prepara o cenário para uma eventual mudança generacional na envelhecida liderança do maior exportador de petróleo do mundo, mesmo se o rei Abdullah escolher o príncipe Nayef, de 77 anos, para sucedê-lo. Em jogo está a tentativa do aliado dos EUA de reconciliar suas tradições conservadoras com as necessidades de uma economia moderna e uma população cada vez mais jovem e voltada para o exterior.

A Arábia Saudita, que domina o mercado de petróleo mundial e exerce profunda influência sobre os muçulmanos por ser guardiã dos locais mais sagrados do Islão, Meca e Medina, enfrenta turbulência nos países vizinhos e um confronto com o Irão, rival regional.

O rei Abdullah parece pronto para nomear o veterano ministro do Interior Nayef como príncipe herdeiro, mas a escolha de um ministro da Defesa para substituir Sultan, que morreu em Nova York no sábado, pode mostrar como o Estado islâmico conservador administra a transição para seus futuros líderes. O rei Abdullah, Sultan e Nayef governam o país desde que o finado rei Fahd adoeceu em 1995, mas o monarca octogenário passou três meses no exterior este ano para se recuperar de um problema na coluna que exigiu nova cirurgia na semana passada.

Ele ainda continua no controle do reino, mas a atenção vai ser focada cada vez mais em Nayef e nos príncipes mais jovens. Entre estes está o príncipe Salman, governador de Riad e irmão de Sultan e de Nayef, visto como o próximo membro mais importante de uma família que vem priorizando a idade desde que foi fundada pelo rei Abdulaziz Ibn Saud em 1932. “Tudo isso aponta para o papel vital do príncipe Salman, que mais cedo ou mais tarde será o príncipe herdeiro”, disse um ex-diplomata em Riad que quis permanecer no anonimato. “Ele é quem decidirá se a sucessão permanecerá horizontal, entre os filhos de Ibn Saud, ou se será vertical, para um dos netos”.

PRÍNCIPE NAYEF

Se o enigmático Nayef virar o príncipe herdeiro, ele vai moldar o modo como a Arábia Saudita lidará com uma série de desafios numa época de mudanças inéditas, tanto para o reino quanto para o Oriente Médio. Para os liberais sauditas, Nayef representa a face dura do establishment conservador: oposto aos direitos democráticos das mulheres, partidário da polícia religiosa e chefe de um Ministério do Interior que prende ativistas políticos sem acusações formais.

“Estou muito preocupada com a possibilidade de o príncipe Nayef ser o próximo príncipe herdeiro”, disse uma mulher de 47 anos que não deu seu nome. “Temo que os planos de reforma não sigam adiante se ele assumir o poder”.

No entanto, ex-diplomatas, jornalistas e membros da família real que o conhecem pintam um retrato mais suave de um homem que está no centro da política saudita há mais de três décadas. Eles também dizem que, como ministro do Interior, Nayef interage com o povo de forma mais frequente do que qualquer outro príncipe sênior.

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