O Mundo perdeu um dos mais exímios praticantes da modalidade mais popular: o futebol.
Foram 18 anos a espalhar grandes emoções pelos maiores estádios do Mundo, numa vida para celebrar e cuja morte não põe fim à glória de um Monstro ComSagrado.
Coluna morreu aos 78 anos, deixando viúva e três filhas.
Mário Esteves Coluna, iniciou-se no Desportivo de Lourenço Marques em 1951, estreou-se pelo Benfica de Lisboa em 1955 e fez o seu último jogo a 11 de Dezembro de 1968.
Na sua riquíssima carreira, foi internacional por Portugal por 60 vezes, 21 das quais como capitão de equipa. Apesar de actuar no meio-campo, marcou em toda a carreira 150 golos, sendo 127 com os pés e 23 de cabeça.
Pelo Benfica efectuou 677 jogos.
Ao ver o seu país tornar-se independente, Coluna realizou o sonho de regressar a Moçambique. E fê-lo como sempre soube fazer na vida, sagrando-se campeão no primeiro Nacional do novo país, pelo Textáfrica.
Sucessivamente foi treinador do Ferroviário de Maputo, Maxaquene, Desportivo e Ferroviário da Beira, culminando a sua acção como Seleccionador Nacional. Presidiu à Federação Moçambicana de Futebol, em momentos difíceis, conferindo-lhe com a sua imagem um novo nível de credibilidade junto dos organismos internacionais.
Tem várias distinções e louvores em Portugal e em Moçambique.
Velório com honras de Estado
O velório de Mário Esteves Coluna terá honras de Estado por parte do Governo Moçambicano, segundo garantia do presidente da Federação Moçambicana de Futebol, Faizal Sidat. O funeral está agendado para esta sexta-feira (28) na capital do país.
De acordo com Sidat, o corpo do “Monstro Sagrado”, que neste momento se encontra na morgue do Hospital Central de Maputo, estará em câmara ardente nos paços do Município da Cidade de Maputo, com honras de Estado, seguido pelo funeral que terá lugar nesta sexta-feira (28), ainda sem hora confirmada.
Faizal Sidat, sucessor de Mário Coluna na presidência da Federação Moçambicana de Futebol, revelou que neste momento tudo está dependente da chegada, de Portugal, da filha do finado e de outras personalidades ligadas ao Benfica e ao futebol português, como são os casos de Luís Filipe Vieira, presidente do clube encarnado e do presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
“Uma figura de grandeza mundial”
O ministro moçambicano da Juventude e Desportos, Fernando Sumbana Júnior, revelou que a morte de Mário Coluna deixou-lhe em estado de choque. Na mesma ocasião, o dirigente confirmou que o Governo Moçambicano vai organizar o funeral do “Monstro Sagrado”.
Para Fernando Sumbana, Mário Esteves Coluna, como uma referência no futebol, ultrapassa a dimensão nacional para ser “uma figura de grandeza mundial”. O ministro lembra que, “após a independência, ele veio a Moçambique para ajudar o desporto moçambicano. Em todo o lado onde passou fez um excelente trabalho, seja como treinador até como dirigente”.
O ministro da Juventude e Desportos disse, por outro lado, que a morte de Mário Coluna deixou-lhe em estado de choque, por se tratar de alguém que abriu as portas de Moçambique ao mundo graças ao seu talento e à sua entrega ao trabalho.
Aquele governante garantiu, conforme anunciou Faizal Sidat, presidente da Federação Moçambicana de Futebol, que o velório do “Monstro Sagrado” será um “acto de Estado”.
Minuto de silêncio em memória de Mário Coluna no Benfica-PAOK
A UEFA decretou que no desafio da próxima quinta-feira, que colocará frente-a-frente Benfica e PAOK, no Estádio da Luz, relativo aos 16 avos-de-final da Liga Europa, será cumprido um minuto de silêncio antes do apito inicial, em memória de Mário Esteves Coluna.
Entretanto o Sport Lisboa e Benfica anunciou, na sua página na internet, que marcará presença no funeral de Mário Coluna. A encarnada comitiva será liderada pelo presidente do Clube, Luís Filipe Vieira.
Para além da presença do presidente, também os vice-presidentes do Clube, Rui Cunha e Alcino António estarão presentes no momento, os Campeões Europeus, António Simões, Artur Santos, Fernando Cruz, José Augusto e Mário João, e as glórias benfiquistas José Bastos e Adolfo.
Presidente de Portugal lamenta morte de “desportista de exceção”
Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa, recordou, nesta quarta-feira, as qualidades de liderança e ambição de vitória do antigo capitão da seleção nacional de futebol Mário Coluna, lamentando a morte de um “desportista de exceção”.
“O povo português lamenta a perda de uma das suas maiores referências desportivas, personalidade que será sempre recordada pelas suas qualidades de liderança e pela sua ambição de vitória”, lê-se na mensagem de condolências enviada pelo chefe de Estado à família de Mário Coluna.
Endereçando as suas mais “sentidas condolências” pela morte do “desportista de exceção”, Cavaco Silva lembrou a forma como “capitaneou com brilho a Seleção Nacional no Campeonato do Mundo de Futebol de 1966”.
“Foi dos primeiros atletas africanos a erguer a Taça dos Campeões Europeus e, mais tarde, destacar-se-ia como Presidente da Federação Moçambicana de Futebol”, refere ainda o Presidente da República.
Luto Nacional
O Governo de Moçambique, reunido na segunda sessão ordinária do Conselho de Ministros, decretou um dia de luto nacional pela morte de Mário Esteves Coluna, a partir das zero horas desta sexta-feira (28), data em que terá lugar o funeral do Mário Coluna na cidade de Maputo.
Durante a vigência do luto, a bandeira de Moçambique será içada a meia haste em todo o território nacional e em todas as instituições diplomáticas baseadas no nosso país.
No mesmo encontro, havido na tarde desta quarta-feira (26), o Governo Moçambicano determinou, de forma oficial, que as cerimónias fúnebres do “Monstro Sagrado” terão honras do Estado.
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