O ex-presidente da Geórgia e ex-chanceler da União Soviética Eduard Shevardnadze morreu, esta segunda-feira (7), aos 86 anos depois de um longo período enfermo, disse a sua assistente pessoal.
Shevardnadze desempenhou um papel vital no fim da Guerra Fria, quando era ministro das Relações Exteriores da União Soviética, e depois governou a Geórgia nos primeiros anos turbulentos da independência até ser deposto depois de protestos de rua.
O último presidente soviético, Mikhail Gorbachev, lamentou a morte do amigo, definido-o como “uma pessoa extraordinária, talentosa” que fez muito para derrubar o Muro de Berlim e pôr fim à corrida nuclear.
“Ele foi sempre rápido para encontrar um meio de se conectar com diferentes pessoas – com jovens e a velha geração. Ele tinha um carácter brilhante, um temperamento georgiano”, disse ele, referindo-se à natureza emotiva de Shevardnadze.
O presidente russo, Vladimir Putin, enviou condolências para a “família, bem como ao povo georgiano”. Shevardnadze era tanto amado como odiado no seu país depois de ter trazido estabilidade para a região, mas fracassar ao conter a corrupção generalizada no país.
Nos últimos anos ele raramente deixava a sua casa numa região montanhosa. Como chanceler no governo de Gorbachev, Shevardnadze esteve à frente do degelo nas relações com o Ocidente antes da queda do Muro de Berlim e da dissolução da União Soviética.
Ele foi um dos pais intelectuais da perestroika, a reforma que Gorbachev diz ter sido concebida durante uma caminhada pelas margens do Mar Negro com o seu camarada georgiano.
Depois do colapso da União Soviética, Shevardnadze retornou à Geórgia, tornou-se presidente e trouxe estabilidade para a república depois de um período de anarquia, quando manifestantes empunhando Kalashnivoks rondavam as ruas do país. Ele foi deposto em 2003, na Revolução das Rosas, depois de o Parlamento ter sido invadido por manifestantes.