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Mohamed Bachir resgatado pela Polícia de Moçambique na Macia

Mohamed Bachir resgatado pela Polícia de Moçambique na Macia

Sequestrado a 12 de Novembro passado de dentro do seu estabelecimento comercial, o Maputo Shopping Center, o “empresário” Mohamed Bachir Suleimane foi resgatado na madrugada deste sábado (20), na vila da Macia, na província de Gaza, ao que tudo indica pela Polícia da República de Moçambique.

As nossas fontes revelaram que os raptores, perseguidos por uma unidade policial, abandonaram o empresário proprietário de Maputo Shopping Center, algures na Macia, a mais de 150 quilómetros a norte de Gaza. Não nos foram fornecidos detalhes da operação mas ao que tudo indica nenhum dos sequetradores foi detido.

Há informações, não confirmadas, de que a família de Momade Bachir Sulemane terá pago aos sequestradores cinco milhões de dólares para o resgate do empresário que, em declarações a AIM, afirmou que durante os 38 dias suplício, os raptores cujas nacionalidades eram sul-africana e zimbabweana davam apenas uma maçã e quatro bolachas “Maria”.

Sobre o primeiro cativeiro, ele disse que a sua custódia estava na responsabilidade de quatro indivíduos que além dos maus-tratos não lhe davam comida e exigiam valores altos que não tem. Volvidos entre 12 a 13 dias, a vítima disse ter passado para o segundo cativeiro, onde foi então introduzida numa caixa metálica que, segundo as suas estimativas, tem 3.80 metros de altura e 1.20 de largura.

Ali tinha de comer e satisfazer as suas necessidades fisiológicas. “Ali desenvolvi amizade com os raptores zimbabweanos porque não tinha outra solução e eles me disseram que o número total eram 49 pessoas”, disse Bashir, acrescentando que detalhes por ele apurados dos sequestradores e fornecidos a PRM indicam que cada raptor ganha 25 mil dólares americanos.

Para o seu resgate, os raptores exigiam, segundo Bashir, uma soma no valor de 100 milhões de dólares americanos que disse não possuir. Insatisfeitos com a reposta, empapuçaram a vítima e levaram para falar com o suposto “boss”.

No processo negocial, a fasquia baixou para 10 milhões de dólares, mas mesmo assim disse não possuir o valor e nisto prometeram agravar os maus-tratos e com ameaça de morte, com a exibição de catana em riste.

Na sexta-feira, no terceiro cativeiro os sequestradores já tinham baixado para cinco milhões de dólares, montante que disse não possuir e quando se preparavam para o levar para mais um novo cativeiro, eis que aparecem cerca de 30 homens da PRM que desencadearam a operação que culminou com a sua recuperação.

Bashir, agastado com a situação, promete dar todo o apoio ao Ministério do Interior, pois acredita ser desejo de todos nós que o crime de raptos seja desmantelado, “o crime tira-nos a tranquilidade, sossego, harmonia”.

O empresário, que desde 2005 padece de um tumor profundo na região do crânio, disse reiteradamente que nunca se tinha envolvido no negócio das drogas e caso seja provado o seu envolvimento aceita até uma prisão perpétua.

Contudo em 2010, Bachir foi acusado pelos Estados Unidos da América de ser um “barão de droga” importada da Índia e Ásia, destinada à Europa e transitando por Moçambique, bem como de utilizar as empresas vinculadas ao seu grupo MBS Lda para branqueamento de capitais.

Na altura, o Departamento do Tesouro norte-americano congelou os seus bens no país e decretou a proibição de negócios e/ou transações financeiras do empresário com cidadãos norte-americanos. Na sequência desta acusação, a Procuradoria-Geral da República de Moçambique (PGR) investigou e em 2011 concluiu não haver indícios suficientes de envolvimento do empresário com tráfico de drogas, mas ter encontrado ilícitos de natureza fiscal, pelo que este foi multado.

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