A Cidade de Mocuba, centro da província da Zambézia, está sem água e já lá vão duas semanas. Tudo porque o sistema que abastece água a cidade, obsoleto que é, está avariado.
Há bastante tempo que aquele sistema reclama pela reabilitação total e completa. O Concelho Municipal local, já veio ao público dizer que não tem dinheiro que suporte as despesas para aquele trabalho.
Os munícipes vão pagando a factura, que se assenta no consumo de água imprópria tirada do rio Licungo, local onde o fecalismo a céu aberto é praticado sem vergonha nem receio.
E nos últimos tempos, o cenário que se vive em Mocuba deixa cair lágrimas. Não há água e quem tem uns litros, este é sim homem. O cúmulo disso tudo é que esta avaria do sistema de abastecimento de água a cidade de Mocuba não poupou o Hospital Distrital daquela cidade.
Aquela unidade hospitalar está sendo salva pela empresa Mota Engil, uma empresa de construção civil encarregue na reabilitação do troço Mocuba-Milange, que não poupa esforços em abastecer água aos doentes daquele hospital.
Até quando não se sabe, porque a única salva-vida que a edilidade confia não virá em pouco tempo. Todas esperanças para reabilitação daquele sistema centram-se no dinheiro do MCA, mas este dinheiro, pelos vistos, não virá este ano.
O que virá este ano, provavelmente, será a cólera. Como se diz que a colera é doença das mãos sujas, aqui está outra tese. A cólera pode ser também doença de falta de água potável, como é o caso de Mocuba, que não falta muito para o surgimento desta doença mortífera.
Porque não há água e cada um vai tirar água onde quiser e sem a mínamo higiene. Vive-se um verdadeiro salve-se quem puder.
A musculatura financeira veio ao de cima. Quem tem dinheiro consegue tirar água do rio para o seu reservatório. Mas até quando? Da edilidade não se pode esperar tanto.