O Ferroviário de Maputo permanece no topo da tabela classificativa do Moçambola após vencer no último domingo o Incomáti de Xinavane no Estádio da Machava. A liderança da locomotiva foi posta em causa pelo Maxaquene, que no sábado venceu o Desportivo de Maputo por três bolas a uma. O sensacional Clube de Chibuto continua em queda, tendo passado para a quinta posição depois de consentir uma derrota diante do Costa de Sol.
No clássico que marcou a abertura da jornada, o Desportivo de Maputo, sob o comando de Artur Semedo, entrou em campo disposto a contrariar a onda de maus resultados. Os alvi-negros partiram para cima do adversário e, pela ousadia com que entraram, podiam ter inaugurado o marcador no primeiro quarto de hora.Já o Maxaquene, ainda na etapa inicial, tentou, mas sem sucesso, responder à ofensiva alvi-negra através de lançamentos longos de bola num manifesto futebol directo que não achava o caminho certo, a final, os jogadores do Desportivo estavam muito bem repartidos no campo.
Bastou a equipa alvi-negra tirar o pé do acelerador para, numa distracção defensiva, sofrer o primeiro golo. Zainadine Jr atrapalhou- se e na tentativa de fazer um atraso ao guarda-redes entregou o esférico a Betinho, avançado tricolor que, isolado, inaugurou o marcador.
A partida prosseguiu bastante equilibrada e foi com o escasso 1 a 0 que se foi ao intervalo. No retomar da partida, as duas equipas mantiveram a atitude da primeira parte, contudo, num outro erro de marcação, após livre mal defendido por Victor, Kito na recarga marcou o segundo golo tricolor. Foi um duro golpe para o Desportivo, resultado da atitude que demonstrava na partida.
Treze minutos mais tarde, ou seja, ao minuto 74, Liberty outorgou a derrocada alvi-negra e ampliou a vantagem para 3 a 0. O tento de honra do Desportivo surgiu ao minuto 77 pelos pés de Leonel que entrou a substituir o apagado Dário Monteiro.
O resultado, que comprovou a injustiça que permeia o futebol onde nem sempre o jogar bem é sinónimo de ganhar jogos, complicou a situação do Desportivo de Maputo que ilumina cada vez mais a zona da despromoção.
O Maxaquene pressionou o Ferroviário de Maputo na luta pelo primeiro lugar da competição visto que, até antes da 15ª jornada, apenas um ponto separava as duas equipas.
A resposta do Ferroviário de Maputo ao Maxaquene
A locomotiva da capital entrou no jogo de domingo contra o Incomáti de Xinavane na condição de segundo classi cado e estava ciente de que só a vitória interessava, até porque o adversário que tinha pela frente era bastante acessível.
A partida teve um início frouxo e, devido à consistência defensiva dos açucareiros que se fecharam na defensiva, o Ferroviário de Maputo foi tentando de longe violar as redes de Milagre, mas sem sucesso.
O Incomáti que demonstrou ter ido ao Estádio da Machava com o propósito de defender, pouco ou nada fez durante a primeira parte para chegar ao golo. Não foi dono das iniciativas de ataque e assistia, estática, às brilhantes triangulações do Ferroviário que agradavam a qualquer um.
Com o nulo a prevalecer, resultado satisfatório para o Incomáti e preocupante para os Vataxanisseka, a raça locomotiva, as duas equipas foram ao descanso.
No regresso, bastaram apenas dez minutos para ser proferida a sentença do jogo. O Ferroviário de Maputo entrou com uma nova atitude subindo ainda mais as linhas de jogo e, já com Rachid em campo, apostou no ataque.
O Incomáti viu-se abalado e cedeu. O primeiro tento surgiu à passagem do 50º minuto da cabeça de Luís, que respondia a um belo centro tirado da esquerda por Diogo.
Três minutos mais tarde, foi a vez de o puto maravilha da equipa locomotiva, Clésio ou simplesmente Pipito, arremessar do meio da rua uma bomba que foi parar ao fundo das malhas.
A falta de sorte e o ligeiro cansaço dos pupilos de Nacir Armando que retiraram a celeridade ao seu jogo castigando o resultado que não mais se alterou, mas com os três pontos e a liderança garantidas.
Costa de Sol profana o Chibuto e Vilankulo sobe
No sábado, o Costa de Sol fez história no Moçambola ao tornar-se a primeira equipa a facturar os três pontos no campo infernal do Chibuto diante da equipa da casa.
A equipa canarinha, que saiu a perder na primeira parte por 1 a 0, marcou dois golos já na segunda, fechando as contas do jogo em 2 a 1, resultado que con firmou a queda do Clube de Chibuto para a quinta posição, restando apenas a memória de um dia ter beliscado a primeira posição do Moçambola.
Já o Vilankulo FC assumiu a terceira posição do campeonato ao vencer no campo 25 de Junho, em Nampula, o Ferroviário de Pemba por 2 a 0, com golos de Eurico e Mauro nos minutos 47 (da primeira parte) e 88, respectivamente.
O jogo, apesar do resultado transparente, terminou com uma confusão tremenda orquestrada por jogadores e equipa técnica da locomotiva do norte do país contra a equipa da arbitragem. Aliás, a viatura da equipa que transportava os árbitros, por razões inexplicáveis foi vítima de sabotagem pelo público que apoiava o Ferroviário de Pemba.