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Moçambola: Liga Muçulmana garante manutenção tranquila

Moçambola: Liga Muçulmana garante manutenção tranquila

Na 12ª jornada do Campeonato Nacional de Futebol, a Liga Desportiva Muçulmana de Maputo suou bastante para derrotar o Têxtil de Púnguè, por 2 – 0, e tornou-se a primeira equipa a atingir a barreira dos 30 pontos, da chamada “manutenção”. O HCB “descolou-se” do Ferroviário de Nampula ao vencer o Costa do Sol.

No campo da Matola C, os muçulmanos não tiveram tarefa fácil para ficar com os três pontos diante do lanterna vermelha desta prova, o Têxtil de Púnguè. Com um onze inicial diferente do habitual, ainda que mantendo a tradicional disposição táctica baseada no 4 – 3 – 3, logo de princípio os donos da casa revelaram tremendas falhas na profundidade ofensiva ao não serem capazes de superar a linha defensiva contrária, composta por dois blocos.

Diga-se, em abono da verdade, que a aposta de Sérgio Faife por Zico, logo de início, não foi acertada na medida em que aquele ponta-de-lança, sempre que tivesse a bola, optava pelo desequilíbrio e pelos passes no lugar de criar lances de perigo. No conjunto muçulmano faltou um “camisa nove” puro que pudesse, por exemplo, atrair a marcação dos defesas do Têxtil de Púnguè.

Do lado contrário, pouco ou nada se viu de um conjunto que se limitou a defender e que não conseguia jogar devidamente ao contra-ataque, apesar de ter duas unidades muito rápidas, nomeadamente João e Kelo. A primeira oportunidade de golo pertenceu à Liga Muçulmana quando, aos 11 minutos, Miguel defendeu com facilidade o remate de Zico. Cinco minutos depois, o Têxtil não soube “agradecer” a oferta dos defesas da Liga que, ao desentenderem-se na combinação, perderam a bola para João que, por sua vez, não conseguiu passar por Milagre.

Aos 17 minutos, Zico voltou a revelar falta de pontaria no pé direito. O guarda-redes Miguel não manteve a bola na sua posse depois de defender o remate de Liberty e o ponta-de-lança, na emenda, não conseguiu violar as redes, mesmo com a baliza totalmente escancarada. Depois deste lance, o jogo perdeu qualidade e a Liga passou a circular mais a bola, sobretudo no seu próprio eixo, esperando que o adversário se soltassede modo a jogar abertamente.

Contudo, foi o Têxtil que esteve mais perto de chegar ao golo, à passagem da primeira meia hora. João saltou no meio de dois centrais e conseguiu cabecear a bola que passou, com muito perigo, ao lado do poste esquerdo de Milagre. Já em período de compensação, Kito e MomedHagi, em dois lances similares, também fizeram com que o esférico passasse por cima da baliza de Miguel.

“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!”

Se tivéssemos que trocar a palavra “remate” por “água”, só para dar sentido ao ditado acima exposto, diríamos que Liberty foi o primeiro a meter água quando, logo após o reinício da partida, tentou surpreender a defensiva dos fabris da Manga ao atirar a bola para as mãos do guarda-redes. Nesta etapa, a Liga Muçulmana mostrou-se disposta a melhorar a prestação pálida dos primeiros 45 minutos. Entrou mais veloz e tentou, com a entrada de Telinho (no lugar de Mustafá), dar mais opções ao ataque.

Em dois minutos seguidos, nomeadamente aos 54 e 55, aquele conjunto não conseguiu bater Miguel que defendeu dois remates desferidos por Stélio e Zico. O jogo ofensivo dos muçulmanos ficou mais acutilante com a entrada de Nando e Jerry, a substituir Imo e Muandro, respectivamente, numa altura em que o Têxtil simplesmente pensava em sair da Matola C com um ponto.

À passagem do 31º minuto deste período, Liberty surgiu sem marcação no coração da grande área, usou o peito para amortecer a bola e rematou fortemente para a barra transversal. Quanto mais a Liga atacava, mais cansados ficavam os jogadores do Têxtil de Púnguè que, a dado momento, perderam a capacidade de travar, como fizeram ao longo do encontro, as investidas ofensivas dos donos da casa.

Era necessária a pontaria no lado muçulmano, algo que Nando, a sete minutos dos noventa, revelou não ter. Momed Hagi, um médio defensivo exímio, interveio no minuto 40 para mostrar aos seus colegas avançados como é que se marca um golo. Emendou um remate de Liberty e abriu o marcador. Depois de se inspirar no capitão, Telinho ampliou a vantagem à passagem do minuto 89, tento que encerrou as contas da partida.

A reacção dos intervenientes

“Faltou-nos profundidade”, Sérgio Faife, Liga Muçulmana

“Tenho acompanhado de perto a evolução do Têxtil de Púnguè desde a chegada de Zé Augusto ao comando técnico. Por isso sabia que este desafio seria aguerrido. O nosso adversário soube defender e criar-nos dificuldades, sobretudo na primeira parte. Na segunda implantámos o nosso jogo e fizemos com que ele se abrisse para marcarmos os golos. Mas é importante afirmar que faltou profundidade à Liga Muçulmana por ter optado por um ponta-de-lança tecnicista, cuja obrigação era criar espaços entre os defesas contrários.

“Jogámos até ao minuto 85”, Zé Augusto, Têxtil de Púnguè

“Nós montámos uma boa estratégia com vista a fecharmos as linhas de passe do nosso adversário, sabido que privilegia o futebol de toque. Só que, para a nossa tristeza, esse campeão nacional não apareceu. Esta Liga, que nos derrotou hoje, não é aquela da qual eu estava espera. Somos pequenos, mas, conforme todos viram, fomos capazes de defender e criar problemas ao nosso adversário, ou seja, jogámos até ao minuto 85.

HCB “descola-se” do Ferroviário de Nampula

Em confronto que teve lugar no campo 27 de Novembro, em Songo, o HCB derrotou o Costa do Sol e isolou-se no segundo lugar da tabela classificativa, depois de o Ferroviário de Nampula ter perdido diante do Desportivo de Maputo (1 – 2).

Os donos da casa chegaram primeiro ao golo por intermédio de Cambala, decorridos 23 minutos da primeira parte, mas viram Parkim, aos 56, a cabecear a bola para o empate. Contudo, a quatro do minuto 90, Nicholas sentenciou as contas da partida ao apontar o tento que deu os três pontos ao HCB, equipa que passou a somar 24 na segunda posição da tabela classificativa.

Refira-se que o Ferroviário de Nampula caiu para a terceira posição, mantendo os 21 pontos, seguido pelo Ferroviário da Beira que, também em confronto da 12ª jornada, derrotou o seu homónimo de Pemba, por 2 a 0, com autogolo de Bila e um tento de Mário.

Akil Marcelino com a paciência esgotada

Logo após o apito final da partida em que o Desportivo de Nacala derrotou o Ferroviário de Maputo por 1 a 0, com golo de Samito à passagem do minuto 57, Akil Marcelino anunciou que vai abandonar o comando técnico da equipa canarinha da cidade portuária. De acordo com aquele técnico, a decisão prende-se com o mau ambiente existente entre ele e os adeptos do Desportivo que o têm insultado e humilhado quando a equipa perde.

“Fizemos sete jogos sem perder. Mas bastou uma derrota para ser injuriado. Não estou aqui para isso, vou para casa cuidar da minha família”, disse o técnico. Akil Marcelino clarificou que “não existe má relação entre mim e a direcção do clube. Pelo contrário. O presidente Munir tem carregado o clube às costas e ele tem sido a maior vítima disto tudo”.

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