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Moçambola: Clube de Chibuto é o novo líder

O Clube de Chibuto assaltou a liderança do Campeonato Nacional de Futebol, o Moçambola-2013, após derrotar, em casa, o Vilankulo FC no passado domingo (02 de Junho) por 1 a 0. O Ferroviário de Maputo, que despediu Victor Urbano do seu comando técnico, averbou uma derrota diante do seu homónimo de Nampula por 1 a 0, o mesmo resultado obtido pelo Desportivo de Nacala na vitória diante do Costa do Sol em pleno “ninho do canário”.

Diga-se, em abono da verdade, que foi uma jornada negra para todos os potenciais candidatos ao título que estiveram em campo neste fim-de-semana. O campeão nacional, Maxaquene, tombou na Beira diante da locomotiva daquela parcela do país por 2 a 0; Costa do Sol perdeu em casa diante do Desportivo de Nacala por 0 a 1; e o Ferroviário de Maputo “voou” até Nampula para somar mais uma derrota diante do seu homónimo da considerada capital do norte, pelo mesmo resultado mínimo.

Aliás, o desfecho desta jornada gerou um dado interessante na tabela classificativa: é que o pódio, neste momento, é ocupado por equipas de fora da cidade de Maputo ou, se pretendermos, por nenhuma das “tais” acérrimas candidatas ao título.

O Clube de Chibuto assaltou a liderança da competição com 20 pontos após derrotar o Vilankulo FC por 1 a 0, aproveitando-se do empate a um golo do HCB em Songo diante do Estrela Vermelha da Beira visto que, no sábado (01 de Junho), dia do arranque da jornada, o Maxaquene tropeçou diante dos vice-campeões nacionais em título.

A “locomotiva” de Nampula dá “banho” táctico ao homónimo da capital

Diz-se, nos meandros científicos, que “se aprende por toda a vida e não há idade para ensinar”. E foi o que se viu no campo 25 de Junho, na cidade de Nampula, palco que acolheu, no passado domingo (02), o embate entre a locomotiva local e a da capital do país.

Era o primeiro jogo do Ferroviário de Maputo após a demissão de Victor Urbano do comando técnico da equipa, e o Ferroviário de Nampula mostrou ao seu adversário como se joga futebol. Aliás, como bom aprendiz, a locomotiva da capital do país ficou com muito trabalho de casa por fazer depois daquele confronto.

Se na primeira parte Rogério Gonçalves colocou Belito na frente do ataque a fazer dupla com Vivaldo, reduzindo a sua margem de acção, o que permitiu um ligeiro equilíbrio na zona intermediária, na segunda, aquele técnico português surpreendeu: tirou Belito do terreno mais adiantado e colocou-o na zona do meio-campo para, com as suas habilidades, construir jogadas de ataque da sua equipa, explorando da melhor maneira os espaços deixados pelo adversário. Aquele jovem jogador, emprestado pela Liga Muçulmana, obrigou o Ferroviário de Maputo a recorrer ao futebol directo.

É que Belito, numa situação defensiva da sua equipa, descia até ao meio-campo para ir buscar o esférico, posicionando-se sempre à frente dos dois trincos, Tchitcho e Hipo. Na saída para o ataque, para além da rapidez, ele contava sempre com a ajuda de Tchitcho na triangulação e na sua alta capacidade de desequilíbrio para comandar as jogadas. Do lado esquerdo, surgia uma figura que o auxiliava caso reclamasse de algum cansaço, Jerry. Num breve resumo: Belito descia, corria, pensava, jogava com os colegas, fintava e criava, ou seja, encantava qualquer um.

À entrada do jogo, os donos da casa não arriscaram e mantiveram a sua tradicional disposição táctica baseada no 4 – 4 – 2, diante da ousada 4 – 3 – 3 do adversário. Para muitos, estava claro que os visitantes assumiriam o comando da partida, aliás, foi com este propósito que Danito Nhampossa, técnico interino, escalou os seus jogadores.

Mas vamos ao jogo. O primeiro lance de perigo, ao minuto 11, pertenceu ao Ferroviário de Maputo quando, na tentativa de alívio, o lateral esquerdo dos nampulenses, Vovot, perdeu o esférico numa zona crítica. Porém, Diogo não foi a tempo de rematar por atrapalhar-se na escolha do melhor pé, o que permitiu a emenda de Foster para canto.

Na sequência da cobrança, Eurico, próximo ao primeiro poste do lado direito do ataque dos visitantes, rematou ao lado da baliza perdendo, também, a oportunidade de abrir o marcador. A resposta dos donos da casa não tardou e, num livre indirecto, a bola sobrevoou a zona da grande área, surgindo Mambucho a fazer o corte, numa altura em que Belito se preparava para rematar.

Nesta etapa do jogo, o Ferroviário de Maputo foi a equipa mais aguerrida nos lances ofensivos e ao minuto 23 voltou a desperdiçar uma oportunidade soberba de marcar. Luís não acertou bem na bola e atirou por cima da baliza de David. Barrigana, à passagem da primeira meia hora e Eurico, cinco minutos mais tarde, tentaram, também, encaixar o esférico no fundo das malhas daquele guarda-redes, pecando no capítulo da finalização.

Já com o jogo a caminhar para o fim da primeira parte, os donos da casa beneficiaram de duas situações de golo, primeiro ao minuto 41 quando Zabula interveio, mesmo sobre a linha do golo, no portentoso remate de Gildo e, em segundo, quando Vivaldo testou Germano, obrigando- o a fazer uma defesa espectacular.

Uma segunda parte que só deu Ferroviário de Nampula

A equipa da casa entrou na segunda parte com uma atitude diferente. Quis, a vários níveis, controlar o meio-campo. E, ao minuto 55, Rogério Gonçalves lançou Jerry no jogo para o lugar de Gildo, uma troca directa de extremos.

Aquele jogador precisou de dois minutos para ensaiar o golo, na sequência de um livre directo em que a bola foi parar, sem complicações, nas mãos de Germano. E a segunda foi de vez. Jerry recuperou a bola que se ia perder na linha do fundo do adversário, no flanco esquerdo de ataque, esperou por um companheiro para fazer a tabela, surgindo na ocasião Tchitcho que, em rotação, desferiu um remate que terminou no fundo das malhas de Germano.

Com o tento, o Ferroviário de Nampula galvanizou-se e contou com a excelente prestação de Belito que comandou as investidas ofensivas a partir do centro do terreno. O Ferroviário de Maputo viu-se obrigado a proteger mais a defesa, libertando alguns atletas da zona intermediária.

Já perto do fim do jogo, Jerry e Belito, em duas ocasiões distintas, podiam ter marcado dois golos, o que não seria nada de outro mundo.

Costa do Sol soma mais uma derrota

A jogar em casa, o Costa do Sol não foi capaz de justificar os motivos para definir como principal objectivo desta temporada a conquista do título. Aliás, diga- -se, em abono da verdade, que se está distante de um “canário” capaz de conquistar qualquer dos troféus em jogo.

No passado domingo, a equipa de Diamantino Miranda perdeu diante do Desportivo de Nacala, por 1 a 0, com golo apontado por Leonel à passagem do 37º minuto do jogo, um resultado que coloca o Costa do Sol numa zona crítica da tabela classificativa, com um ponto acima da zona da despromoção.

Quadro de resultados 11ª Jornada

Fer. de Nampula 1 x 1 Fer. de Maputo

Fer. da Beira 2 x 0 Maxaquene

Têxtil de Púnguè 0 x 0 Chingale de Tete

Chibuto 1 x 0 Vilankulo FC

HCB de Songo 1 x 1 Estrela Vermelha Costa do Sol 0 x 1 Desp. de Nacala

(Adiado) Liga Muçulmana x Matchedje

PRÓXIMA JORNADA

Costa do Sol x Fer. de Maputo

Maxaquene x Fer. de Nampula

Chingale de Tete x Fer. da Beira

Vilankulo FC x Têxtil de Púnguè

Estrela Vermelha x Clube de Chibuto

Liga Muçulmana x HCB de Songo

Desp. de Nacala x Matchedje

 

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