Os governos de Moçambique, Zimbabwe e Botswana rubricaram esta sexta-feira, em Maputo, um memorando de entendimento para a implementação do projecto tripartido da Ponta Techobanine, avaliado em sete biliões de dólares norteamericanos. O projecto, que poderá estar concluído em dez anos, contados a partir de 2012, visa a construção de uma linha férrea ligando Moçambique e o Botswana e um porto de águas profundas em Techobanine, no distrito de Matutuíne, província meridional moçambicana de Maputo, entre outras infraestruturas complementares.
A via ferroviária vai passar pelo Zimbabwe. Oficializaram o memorando os Ministros dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Zimbabwe e Botswana, nomeadamente Paulo Zucula, Nicholas Goche, e Frank Ramsden. Falando a imprensa depois da formalização do acordo, Zucula disse que o sector privado já tem garantias de acesso aos fundos necessários. mas que faltava o compromisso formal dos governos dos três países envolvidos no projecto.
De acordo com o Ministro, o projecto deveria arrancar ainda no presente ano, mas antes disso são necessários trabalhos de engenharia. “Estou certo de que o projecto vai arrancar já no próximo ano”, afirmou Zucula, acrescentando que já foi concluído o estudo de viabilidade. O Ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações disse que o projecto Techobanine surge numa altura em que se assiste, na região, a um “boom” de minerais e de outras matériasprimas, cuja exploração está para breve.
“O sector dos transportes e comunicações joga um papel importante e determinante, dado que a viabilidade da exploração destes recursos depende, em primeiro lugar, da nossa capacidade de escoamento “, sublinhou o Ministro. Segundo o Ministro, este projecto vem atenuar, no plano regional, o défice global de infraestruturas de transporte, um dos factores determinantes para o e l evado cus to dos produtos a o consumidor.
Enquanto isso, o Ministro dos Transportes e Comunicações do Botswana, Frank Ramsden, disse que um sistema de transporte eficiente, como o que se pretende erguer entre os três países, garante um ambiente de crescimento económico rápido. Depois de destacar que o projecto vai impulsionar o sector mineiro do Botswana, Ramsden vincou que “precisamos também da liberdade económica e não apenas politica”. Para o Ministro zimbabweano, Nicholas Goche, o projecto vai trazer ganhos muito mais para o seu país e para o Botswana, na qualidade de países do interior, sem acesso ao mar.