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Moçambique vai produzir e exportar ouro refinado

As autoridades moçambicanas prevêem tornar Moçambique, a médio prazo, em produtor e exportador de aço e ouro refinado, como forma de aumentar o valor e rendimento do sector mineiro, cujos investimentos rondaram os 364 milhões de euros em 2009.

Segundo alguns estudos, Moçambique tem, em Moatize, província de Tete, Centro, uma das maiores minas de carvão do mundo, com mais de 800 milhões de toneladas, a par de outras significativas reservas de minerais, essencialmente no Norte e Centro do país.

Só este ano, de acordo com as projecções avançadas pela ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, em Fevereiro, o sector mineiro e de hidrocarbonetos moçambicano deverá receber mil milhões de euros.

Em 2009, o valor situouse nos “500 milhões de dólares”, referiu esta quinta- feira o director nacional de minas, Eduardo Alexandre, num encontro, em Maputo, entre o Ministério dos Recursos Minerais e titulares de licenças de metais básicos e precisos a operar no país.

Para que o sector mineiro resulte em maiores benefícios económicos e sociais para o país, o Go- verno pretende, por isso, passar para “uma nova era de processamento local e adição de valor dos recursos minerais”, adiantou, na abertura do encontro, o vice-ministro dos Recursos Minerais, Abdul Razak.

Dado o considerável potencial mineral de matérias- primas para a indústria siderúrgica, Abdul Razak esclareceu que “Moçambique pode tornar- se a médio prazo um país produtor e exportador de aço”.

“Com o ferro, o carvão e a energia podemos fazer aço em Moçambique”, explicou. Por outro lado, o vice-ministro disse estarem criadas as condições necessárias para o processamento de ouro bruto, com a entrada em funcionamento de uma unidade industrial de refinação de ouro, na província de Manica, Centro.

De acordo com Abdul Razak, a fábrica terá capacidade para processar, diariamente, “30 quilos”, o que “permitirá limitar a exportação do ouro em bruto” e trará “mais valor aos produtos nacionais e rendimentos ao país”.

“Nós não queremos só exportar matérias-primas, também queremos que haja adição de valor dessas matérias-primas em Moçambique”, defendeu.

China, Brasil, Índia e Austrália são alguns exemplos dos principais mercados mundiais das matérias-primas moçambicanas, que têm estado no centro de debates entre especialistas ligados aos sectores do desenvolvimento do país, os quais defendem a transformação de algumas das matérias-primas dentro de Moçambique.

A reunião de quinta-feira permitiu a especialistas debaterem o progresso e constrangimentos que os titulares têm nas actividades de pesquisa e identificação de depósitos de metais, com vista ao reconhecimento de novas jazidas.

Actualmente, Moçambique tem 1075 títulos mineiros atribuídos, dos quais 864 para prospecção e pesquisa e 142 concessões mineiras.

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