O Ministério da Saúde (MISAU) ainda não dispõe de uma política com vista a estancar a propagação da cárie dentária que afecta maioritariamente crianças devido à inobservância das regras elementares de higiene, um problema que se agudiza por causa da falta de material de laboratório para detectar precocemente a doença.
A cárie dentária é associada a uma alimentação inadequada e a uma higiene oral deficiente. Em situações extremas, esta doença pode originar infecções com graves repercussões na saúde do indivíduo.
Segundo a vice-ministra da Saúde, Nazira Abdul, em Moçambique existem somente 238 unidades sanitárias com serviço de estomatologia e 389 profissionais de saúde oral. E esta oferta de serviços continua aquém das necessidades do país, por isso, é necessário remover as desigualdades que ainda persistem no acesso aos cuidados de saúde oral pela população, através do aumento dos serviços de estomatologia.
A ministra reconheceu a falta de uma estratégia para estancar a cárie dentária, facto que está aliado ao elevado encargo das doenças orais, para além de que os cuidados sanitários seguem uma abordagem incorrecta.
Para inverter essa situação é preciso que haja uma política nacional que esteja alinhada de acordo com o novo paradigma sanitário oral e que seja implementado nos planos programas de saúde materna, infantil e escolar
A chefe do Programa Nacional de Saúde Oral, Marta Domingos, disse ao @Verdade que a falta de estratégias e políticas para combater a doença tem minado os esforços desenvolvidos pelo sector, uma vez que não existe um banco de dados para a definição de acções concretas para fazer face à situação.
Segundo Marta Domingos, a falta de material laboratorial, a insuficiência de recursos humanos e a exiguidade financeira constituem também obstáculos para o fracasso do combate e erradicação da doença.
A nossa interlocutora disse ainda que há muitas unidades sanitárias onde o material dentário estomacal e prótese é insuficiente. De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cárie dentária afecta 90 porcento da população mundial.
Referir que as inquietações foram manifestadas esta segunda-feira (04), em Maputo, na Reunião Nacional de Saúde Oral termina na próxima quarta-feira (06). Espera-se que sejam elaboradas directrizes para a estratégia nacional da saúde oral.
