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Moçambique restringe pesca de camarão de superfície

As autoridades moçambicanas decidiram restringir a captura de camarão de superfície, uma medida que visa preservar este recurso.

Falando em entrevista a AIM, o vice-ministro das Pescas, Gabriel Muthisse, disse que as pesquisas do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (INIP) concluíram que a captura do camarão está prestes a atingir o limite de exploração.

“Estamos perto do limite de exploração. Não queremos subir, queremos manter a esses níveis para preservarmos o recurso. Se a captura do camarão subir mais, corremos o risco de ter um desastre daqui há pouco tempo”.

Actualmente, Moçambique captura cerca de 12 mil toneladas de camarão por ano, das quais sete a oito mil das quais explorados pelos operadores de pesca industrial e semi-industrial e o remanescente, calculado em quatro a cinco mil toneladas, capturado pelos pescadores de pequena.

Refira-se que, semana passada, Moçambique atribuiu à Namíbia uma quota de pesca de 35.930 toneladas de diversas espécies, incluindo camarão.

Questionado se essa decisão não contraria as restrições impostas na captura de camarão, Muthisse explicou que o camarão “oferecido” à Namíbia não é o de superfície, mas sim o de profundidade, conhecido como gamba.

“Nós não demos camarão de superfície, que é o que nos preocupa. Nós demos à Namíbia, o camarão de profundidade. Eles queriam camarão de superfície, que muito mais fácil de pescar e exige menos tecnologia, mas não demos porque estamos no limite da exploração. Demos a eles aquele recurso sobre o qual não estamos preocupados em termos de níveis de exploração”, explicou o vice-ministro.

A decisão do Governo em limitar a exploração do camarão de superfície baseia-se nas conclusões dos cruzeiros realizados anualmente pelo INIP, que visam determinar os stocks existentes.

Essas conclusões influenciam o tipo de pressão que deve ser exercida sobre o recurso, o período de veda, o número de embarcações a usar.

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