Um total de nove mega-projectos aprovados em Moçambique já mobilizaram, para o país, um capital de 9,82 biliões de dólares norte-americanos. Segundo o Ministro moçambicano da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, este nível de mobilização constitui um grande contributo na formação do “capital bruto nacional”, um factor determinante na atracção de outros investimentos.
Cuereneia, que falava, quarta-feira, em Maputo, na Assembleia da República (AR), no primeiro dia da sessão de perguntas ao Governo, respondia a uma questão colocada pela bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a mais pequena da oposição, que havia solicitado informações sobre as contrapartidas financeiras que o Estado obtém dos megaprojectos.
Citando o caso do empreendimento Mozal (Fabrica de Fundição de Alumínio) como exemplo, Cureneia explicou que para além do investimento de 2,3 biliões de dólares, gerou 1.400 postos de trabalho directos e cerca de 1,5 biliões de dólares em exportações.
Para Cuereneia, este mesmo empreendimento tem como impacto adicional o dispêndio anual de cerca de 96 milhões de dólares em compras de bens e serviços fornecidos por pequenas e médias empresas moçambicanas, tendo atingido 290 contratos anuais sem incluir fornecimentos ocasionais.
A criação de mais de 800 postos de trabalho indirectos nas pequenas e médias empresas moçambicanas fornecedoras de bens e serviços, a realização de actividades de responsabilidade social e corporativa na ordem de dois milhões de dólares e de investimentos em infra-estruturas, nomeadamente estradas, terminal portuária, telecomunicações e água potável em mais de 16 milhões de dólares, engrossam o leque do impacto adicional da implantação da Mozal.
O projecto Mozal, localizado na Zona Franca Industrial de Beluluane, Distrito de Boane, província de Maputo, Sul do país, foi autorizado em 1997.
Um outro exemplo avançado pelo Ministro da Planificação é o do Projecto das Areias Pesadas de Moma que, para além de um investimento de 500 milhões de dólares e gerou 560 postos de trabalho directos.Este projecto despende anualmente cerca de 22 milhões de USD em compras de bens e serviços fornecidos pelas pequenas e médias empresas moçambicanas, atingindo mais de 181 contratos anuais.
As Areias Pesadas de Moma, na província nortenha de Nampula, também realizam actividades de responsabilidade social e corporativa, tendo já atingido um investimento médio anual de 110 mil dólares.
Só em 2009, segundo Cuereneia, o Projecto Moma captou, através de acções inseridas na responsabilidade social, poupanças e concessão de microcréditos, beneficiando a mais de duzentas famílias e gerando um volume anual de negócios superior a cem mil dólares.
Enquanto isso, o projecto da petroquímica sul-africana, a Sasol, realizou um investimento de 850 milhões de dólares americanos e criou 183 postos de trabalho directos, para além de contribuir com cerca de 160 milhões de dólares em exportações. Este projecto de exploração do gás natural de Pande, na província de Inhambane, Sul de Moçambique, tem contratos com pequenas e medias empresas nacionais para o fornecimento de bens e serviços num valor de 12 milhões de dólares anuais.
O gás natural produzido neste empreendimento é distribuído e consumido em Moçambique na produção de energia eléctrica, por diversas indústrias e como combustível para viaturas maioritariamente de transporte público.
No âmbito da responsabilidade social, o projecto da Sasol construiu infraestruturas educacionais, de saúde, água potável e assistência no empoderamento das comunidades, fornecendo utensílios e sementes para agricultura e fomento pecuário. Por seu turno, a Vale Moçambique está a investir, na província central de Tete, 1,5 biliões de dólares.
O projecto gerou quatro mil postos de trabalho e despendeu 330 milhões de dólares na contratação de pequenas e medias empresas durante a fase de construção. Na responsabilidade social, o projecto já investiu sete milhões de dólares na construção de diverso tipo de infraestruturas.
Em suma, segundo Cuereneia, os mega-projectos contribuem sobremaneira para o crescimento do PIB, aumento das exportações, Orçamento do Estado e Desenvolvimento de Infra-estruturas económicas e sociais.