Moçambique já não precisa de fundos para se proteger dos “choques exógenos” provocados pelas crises internacionais dos últimos anos, pois “as pressões provocadas pela conjuntura baixaram substancialmente”.
Esta observação é da responsabilidade do representante cessante do FMI em Moçambique, Félix Fisher, tendo frisado que depois da eclosão das sucessivas crises internacionais dos últimos anos, o FMI aprovou para Moçambique um fundo global de 176 milhões de dólares (143,5 milhões de euros) para conferir ao país capacidade de resistência aos efeitos da conjuntura.
Apesar de o Governo não ter solicitado novos fundos especialmente destinados aos riscos das crises internacionais, o país está preparado para a eventualidade de novas turbulências, estando ainda salvaguardada a possibilidade de accionar novos apoios ao FMI, assinalou Félix Fisher.
Por outro lado, no encontro que teve na segunda-feira em Washington, o Conselho de Administração do FMI alertou para o risco de os objectivos macroeconómicos assumidos pelo Governo serem postos em causa pelo recurso a créditos não concessionais para os investimentos em infra-estruturas.
“O Governo coloca ênfase nos investimentos em infra-estruturas com recurso às receitas internas, doações e créditos concessionais, mas essas fontes não são suficientes. A alternativa é o recurso a créditos não concessionais de parceiros bilaterais, uma opção que é compreensível, mas que deve ser accionada dentro dos objectivos macroeconómicos assumidos”, sublinhou Félix Fisher.