O Governo moçambicano está em negociações com instituições financeiras privadas internacionais visando a obtenção de um crédito não concessional para viabilização de um seu programa que abarca sectores sociais, económicos e temas transversais para a erradicação da pobreza e fome em Moçambique.
Parte do referido financiamento deverá ser desembolsada já em Julho próximo pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), num valor ainda objecto de negociações, segundo Feliz Fisher, representante daquela instituição financeira em Moçambique. Segundo ainda Fisher, as taxas de juro do referido financiamento não concessional rondarão entre 1% a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e será a primeira vez que Moçambique vai emitir Bilhetes de Tesouro junto a instituições financeiras privadas internacionais, dentre elas bolsas de valor de países mais desenvolvidos.
Fonte do Governo moçambicano confirmou ao Correio da manhã as negociações e efectivação de vários estudos sobre implicações a serem trazidas ao país por aquele tipo de créditos. Conclusões preliminares indicam que o financiamento não irá tornar a dívida externa moçambicana insuportável, “pois baseamo- nos nas experiências seguidas por vários países que estão nas condições de extrema pobreza idênticas às de Moçambique”. O referido programa de desenvolvimento tem como principal meta reduzir à metade a percentagem de pessoas que vivem em extrema pobreza ou que sofrem de fome.
Refira-se que a incidência da pobreza em Moçambique reduziu de 70%, em 1997, para 54%, em 2003, “e o desafio actual é de reduzir a pobreza até cerca de 36% ao longo dos próximos três anos”, realçou a fonte do Governo moçambicano.
Sabe-se que está prevista para o presente ano a divulgação dos resultados da terceira avaliação nacional sobre Pobreza e Bem-Estar em Moçambique que irá disponibilizar a taxa de incidência da pobreza em 2009 e informação sobre as condições de vida da população moçambicana.
