A tarefa de educar em Moçambique deve tornar-se num imperativo nacional em que todos os sectores público e privado e a própria sociedade nas zonas rurais e urbanas desempenham papel activo e de apoio ao sector da educação para garantir a disponibilidade de pessoas devidamente habilitadas.
Esta posição vem expressa no último relatório do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP-2010), que defende que a falta de pessoas devidamente qualificadas ainda constitui um grande obstáculo ao desenvolvimento e a inovação em Moçambique.
O documento que a AIM teve acesso destaca que embora o nível de ingressos no ensino primário se situe acima dos 70 por cento, o mesmo baixa de forma acentuada para cerca de quatro por cento nos ingressos no ensino secundário e para um por cento no ingresso ao nível terciário.
“Para a minoria que frequenta o ensino secundário, a educação é de má qualidade e o ensino das ciências básicas carece de uma melhoria dramática. Existe um número insuficiente de professores de ciências e de Matemática e muitos dos que estão em exercício não estão devidamente qualificados”, avança o relatório.
Os laboratórios de ciências estão mal equipados para preparar os alunos de nível secundário para seguirem o ramo de ciências ou engenharias e, a agravar ainda mais o cenário, o acesso aos computadores e a Internet é inadequado e as crianças não tem uma exposição suficiente às ciências e tecnologias que as atraia a abraçarem as careiras deste ramo.
Assim sendo, no nível médio e superior a proporção de estudantes que seguem ciências, engenharias e tecnologias precisa de ser aumentada para providenciar um “pool” suficiente de pessoas para sistema de inovação tecnológica em fase embrionária em Moçambique.
Para a solução deste problema é preciso que o país adopte abordagens a curto e longo prazos para enfrentar com sucesso o desafio de educar toda a população moçambicana, porque a maioria nem sequer atinge o ensino secundário e muito menos tem a oportunidade de ingressar nos níveis subsequentes.
A fonte reconhece que a tarefa é gigantesca, por isso, é essencial um pensamento inovador para que se consiga um progresso significativo.
O poder e o potencial das tecnologias de informação e comunicação interactivas baseadas nos multimédia, de acordo com o mesmo documento, devem ser exploradas ao máximo para que as pessoas possam tirar o proveito necessário para o sucesso da educação e da inovação.