Um total de 43 pessoas, entre moçambicanos e malawianos, morreram nos distritos contíguos a fronteira comum entre os dois países devido a uma doença chamada febre tifóide que se eclodiu em Maio do ano passado.
Segundo a Rádio Moçambique (RM), a emissora pública nacional, que cita um relatório publicado em finais do mês passado pelas autoridades malawianas, desde meados do ano passado, os dois países registaram 425 casos deste tipo de febre. Com 289 casos positivos e 26 mortos, Malawi é o país mais afectado por esta doença e a situação tende a piorar no distrito fronteiriço de Neno. Do lado moçambicano, os distritos mais assolados pela doença são Angónia e Tsangano, todos na província central de Tete.
Esta doença surgiu em meados de Maio passado, mas as autoridades dos dois países levaram muito tempo sem saber do que padeciam as pessoas, tendo apenas tido os resultados dos exames cerca de três meses mais tarde. Inicialmente, quando a doença atacasse alguém afectava o seu sistema nervoso central e é caracterizada, na sua fase inicial, por sintomas semelhantes aos da malária, dores abdominais e perda de voz (já no seu estado avançado).
Igualmente, na altura suspeitava-se a hipótese da doença ter eclodido em Maujete, uma zona de Tsangano. Por não dispor de uma unidade sanitária, os doentes de Tete tiveram de ser evacuados para um hospital do vizinho distrito de Neno, no Malawi. Entretanto, desde sempre a situação da doença foi mais grave neste distrito malawiano comparativamente com a do lado moçambicano.