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Moçambique e África do Sul reiteram cometimento para o progresso dos seus povos

Moçambique e África do Sul reiteraram, sexta-feira, o seu cometimento de continuar a trabalhar em conjunto para o progresso socio-económico dos dois países e povos.

Esta posição foi tomada no decurso da XIV Cimeira Económica Bilateral que juntou, em Pretória, a capital política da África do Sul, os Presidentes moçambicano, Armando Guebuza, e sul-africano, Jacob Zuma, e as respectivas delegações.

Para o alargamento da base das discussões no âmbito da cooperação, os dois Chefes de Estado decidiram criar a Comissão Bi-Nacional (BNC – sigla em inglês), em substituição da até agora chamada Cimeira Económica Bilateral, cujas reuniões terão lugar anualmente e de forma rotativa em cada um dos dois países.

No actual modelo, as cimeiras decorrem semestralmente e também de forma rotativa. Contudo, desde 2008 que estas não se realizavam devido aos vários acontecimentos, sobretudo de carácter político, que foram ocorrendo durante esse período, com destaque para os processos eleitorais nos dois países vizinhos.

O estadista moçambicano deixou claro que os laços de cooperação entre os dois países foram sendo cimentadas ainda na era do Apartheid em que os povos dos dois países consentiram sacrifícios, chegando a dar suas vidas, para que houvesse paz, estabilidade e segurança na região, assegurando, deste modo, o bem estar das populações.

“Hoje estamos reunidos inspirados pela vontade comum de continuar a consolidar as nossas relações bilaterais de amizade, solidariedade e cooperação”, disse Guebuza, vincando que esta é mais uma oportunidade de estreitar os laços históricos forjados desde os tempos imemoriais”.

O Presidente moçambicano reiterou ser ainda uma oportunidade de os dois países rever os progressos alcançados na implementação de decisões anteriores e identificar caminhos para o estreitamento das “excelentes relações políticas e diplomáticas, para que, na base disso, se possa injectar um novo impeto que possa conduzir ao incremento das relações económicas e comerciais.

Guebuza recordou que a cimeira de hoje acontece numa altura em que os dois países estão engajados na preparação do 30º aniversário do ataque protagonizado pelo regime do Apartheid a Matola, a 30 de Janeiro de 1981.

“Homens e mulheres, cujo crime foi somente o facto de terem garantido a sua solidariedade à causa nobre, foram mortos a sangue frio. Cidadãos, cujo erro foi ter se levantado contra os pilares do Apartheid, um regime internacionalmente condenado como um crime contra a Humanidade, foram brutalmente assassinados”, lamentou Guebuza.

Aliás, foi na necessidade de reconhecer e valorizar os sacrifícios consentidos por estes homens e mulheres que está em curso a construção de um Monumento e um centro na Matola.

A este propósito, o Presidente sulafricano homenageou o povo moçambicano pelos sacrifícios consentidos durante a luta contra o regime do “Apartheid” na África do Sul.

 “Este Monumento não só vai servir para recordar os sul-africanos as vítimas do ataque a Matola, mas também representará o testemunho do elevado preço que povo moçambicano pagou para a libertação da África do Sul”, disse Zuma.

Igualmente discursando na abertura dos trabalhos, o Presidente anfitrião destacou os progressos registados ao longo destes anos na cooperação bilateral entre Moçambique e África do Sul, fundamentalmente nas áreas de comércio e investimento, energia, transporte transfronteiriço e turismo.

O estadista sul-africano enalteceu o trabalho conjunto que África do Sul, Moçambique e Zimbabwe têm vindo a desenvolver no âmbito do Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo (PTGL).

No seu discurso, Zuma recordou o passado comum dos dois países, tendo destacado a contribuição de Moçambique na libertação dos povos da África Austral e no combate ao sistema de segregação racial na África do Sul, em particular.

“Foi durante esse passado histórico que nós nos propomos em trabalhar juntos para a concretização do nosso desafio comum, o desenvolvimento”, afirmou Zuma, vincando que foi em reconhecimento desse desafio comum que os dois países estabeleceram a Cimeira Económica Bilateral dos Chefes de Estado como um fórum de discussão estratégica.

O Presidente sul-africano anotou que ao longo da década os dois países tem vindo a usar esta Cimeira Económica Bilateral para a consolidação da cooperação económica, o que resultou na expansão da parceria para vários níveis, incluindo os de governação, sector privado e sociedade civil.

Desde o estabelecimento do Fórum, segundo Zuma, os dois países rubricaram vários acordos de cooperação multisectorial, num total de 57, o que faz com que Moçambique seja o primeiro país à escala mundial com o qual a África do Sul assinou tantos acordos.

“Isto reflecte o nosso desejo e determinação em trabalhar juntos para que os desafios que os nossos países enfrentam possam ser alcançados”, afirmou o Presidente sul-africano, exortando para a necessidade de implementação integral de todos estes acordos.

O encontro, que durou cerca de três horas, foi antecedido de um tetê-a-tetê entre os dois Estadistas, seguindo-se depois as conversações oficiais.

O Presidente moçambicano, que já partiu de regresso a Maputo, fazia-se acompanhar pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, das Finanças, Manuel Chang, da Energia, Salvador Namburete, do Turismo, Fernando Sumbana, e da Indústria e Comércio, Armando Inroga. Anteriormente havia sido anunciado a participação de outros dois ministros, nomeadamente da Agricultura, José Pacheco, e do Trabalho, Helena taipo, facto que não chegou a acontecer.

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