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Moçambique continua entre os países com mais infecções pelo HIV/Sida

Estima-se que um milhão e quatrocentas pessoas, em Moçambique, estão infectadas pelo HIV/Sida e 120 mil novas infecções acontecem por ano. Esta situação coloca o país entre os 10 mais afectados por esta pandemia a nível mundial.

O Gabinete Parlamentar de Prevenção e Combate ao HIV/Sida da Assembleia da República (AR), citando o informe do Ministério da Saúde, anunciou estes dados, esta quarta-feira (04), em sede de Parlamento, tendo apontado que do total de infectados, 200 mil são crianças de idade que varia entre 0 e 14 anos, 460 mil são homens e 770 mil são mulheres.

Apesar de o MISAU entender que o HIV/Sida deixou de ser fatal passando a ser crónico com a introdução do tratamento antiretroviral, os esforços do Governo para reduzir a taxa de transmissão, ainda não estão a dar respostas animadoras. O presidente do Gabinete Parlamentar que lida com essa matéria, Saimone Macuiane, disse que as causas das infecções “continuam as mesmas,” tal como constatou o seu grupo de trabalho durante as visitas às províncias. Ou seja, factores como parceiros múltiplos e concomitantes; fraca adesão à utilização do preservativo; taxas de consideráveis de mobilidade e migração; prevalência de relações sexuais entre pessoas de geração diferentes; incidência de taxas elevadas de relações ocasionais e prevalência de níveis baixos de circuncisão continuam a marcar o comportamento das pessoas.

Para fazer face a esta situação, o Executivo desenhou estratégias de prevenção e combate a esta pandemia, tal é o caso de Plano Estratégico Nacional III (2010-2014) visando reduzir a ocorrência de novas infecções em 25 porcento nos próximos até próximo ano.

Prevenção e tratamento

Actualmente, a taxa de cobertura do Tratamento Antiretroviral (TARV), segundo dados de 2012, é de 52 porcento para adultos e 22 porcento para crianças. No entanto, existem variações significativas entre as províncias, sendo que as da região Norte do país têm baixo índice e as do Sul as taxas mais elevadas. As autoridades moçambicanas de saúde pretendem, até 2015, atingir uma meta de 80 porcento de cobertura do TARV, uma meta difícil.

Ainda sobre o TARV, Moçambique introduziu, em Junho deste ano, uma nova terapia, em que o doente passa a tomar um único comprimido por dia, ao invés de, pelo menos, três como vinha acontecendo. O fármaco é designado Tenofovir, e actualmente 22.184 pacientes já têm acesso a este novo medicamento contra 132.591 previsto para este ano.

Relativamente à transmissão vertical do HIV/Sida, um dos grandes desafios de Moçambique, o Gabinete de prevenção e Combate a pandemia na Assembleia da República informou que no ano passado (2012) o programa de prevenção de transmissão vertical estava a ser prestado em 99 porcento de um total de 1.109 unidades sanitárias com serviços de cuidado pré-natal. E no mesmo ano 920.515 mulheres grávidas receberam aconselhamento e testagem do HIV.

Uma outra medida do Governo visado a redução das infecções é a promoção da circuncisão. Estima-se que Moçambique precisa de uma cobertura de circuncisão de 80 porcento dos homens com idades entre os 12-49 anos, até 2017, mas actualmente, o nível de pessoas circuncisadas é de 48 porcento de homens entre 15 a 49 anos de idade. Assim, para conseguir alcançar a meta o Executivo criou o Plano Nacional para Expansão da Circuncisão, em Moçambique que deverá atingir dois milhões de homens, até 2017.

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