O país não consegue suprir um défice de cerca de nove mil toneladas de algodão-fibra destinadas à exportação para os mercados da Europa, Ásia e África, ao longo do presente ano de 2011 prestes a findar, segundo o Instituto de Algodão de Moçambique (IAM).
A mesma instituição indica que apenas foram exportadas até Outubro passado para aqueles mercados cerca de 17 mil toneladas, atribuindo a razão do incumprimento a atrasos que se registam na comercialização do produto na província nortenha de Cabo Delgado, devido a disparidades de preços aplicados pelos produtores locais e problemas climáticos.
As remanescentes nove mil toneladas de algodão-fibra em falta deverão ser exportadas ao longo do primeiro semestre de 2012, segundo Zulfate Walia, chefe do Departamento de Classificação e Análise da Fibra do IAM, ouvida esta segunda-feira pelo Correio da manhã.
Produtores abandonam algodão
Entretanto, o número de produtores de algodão do sector familiar deverá cair em cerca de 17%, em 2012, devido ao abandono da cultura a favor da produção de cereais visando aumentar os níveis de produção para minimizar a fome.
Walia destacou a campanha 2010/2011 como aquela que mais abandonos dos produtores registou, em número de 18 mil, para o actual de cerca de 170 mil produtores que continuam a resistir à tentação de abandonar a produção daquela cultura de rendimento e tradicional nas exportações moçambicanas.