As reservas de carvão do Niassa, no noroeste de Moçambique, podem ser tão grandes quanto as da vizinha província de Tete, na zona centro, consideradas das maiores do mundo.
Esta é uma afirmação do relatório produzido por analistas da Economist Intellingence Unit (EIU) sobre Moçambique, citada pela Agencia Macauhub, que avança a possibilidade da existência de “enormes” novos depósitos no distrito de Maniamba, em Niassa.
“Moçambique pode estar à beira de descobrir uma nova área de depósitos carboníferos. Até agora, toda a actividade mineira tem sido na província de Tete”, afirma a EIU no seu mais recente relatório sobre Moçambique.
As próprias autoridades do sector mineiro em Moçambique já avançaram a hipotese de a região de Maniamba ter reservas carboníferas comparáveis às de Tete.
Actualmente, há sete empresas a fazer trabalhos de prospecção em Maniamba, incluindo os dois maiores produtores de carvão no país, a brasileira Vale e a australiana Riversdale Mining, actualmente Rio Tinto.
As autoridades governamentais moçambicanas consideram que nos próximos dois anos será possível confirmar com clareza a viabilidade da exploração comercial das reservas.
Moçambique continua a viver uma expansão do investimento mineiro, particularmente no carvão, em que vários grandes investimentos estão à beira de tornar o país num grande produtor internacional, segundo analistas britânicos.
Em grande parte, devido ao crescente investimento em projectos de exploração de recursos minerais e de infra-estruturas, a EIU prevê um crescimento médio de 7,4 por cento ao ano para a economia moçambicana, em 2011 e 2012, com a inflação a recuar para 5 por cento, no próximo ano.
Para acomodar a expansão das exportações de carvão, o porto de Maputo anunciou recentemente um programa de expansão, estando a operadora do terminal carbonífero de Matola, a sul-africana Grindrod, a concluir um estudo de viabilidade para mais do que duplicar a capacidade para 20 milhões de toneladas anuais até 2014.
O sector carbonífero conta com interesse particular de empresas da Índia, China e Rússia, e as autoridades moçambicanas já afirmaram que cinco novas concessões de exploração mineira seriam concedidas até final do ano.
O director nacional de Minas, Eduardo Alexandre, afirmou recentemente que as exportações de carvão vão mais do que duplicar a contribuição do sector mineiro para o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique que, em três anos, passará dos actuais três por cento para sete.