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Mitologia grega derrota Nigéria

Mitologia grega derrota Nigéria

Já não se pode mais entrar nos jogos da seleção grega em Mundiais da FIFA esperando um recorde histórico negativo. No seu quinto jogo pelo maior torneio do planeta, depois de 404 minutos em vão, após ter sofrido 14 golos, enfim a Grécia balançou a rede. E, quando o fez, a equipa do alemão Otto Rehhagel acostumou-se com a ideia. Após começar a perder graças a um livre de Kalu Uche, a Grécia marcou o seu primeiro golo em Copas do Mundo por Dimitrios Salpingidis ainda no primeiro tempo e, numa partida que acabou sendo repleta de emoção, venceu a Nigéria por 2 a 1 no estádio Free State de Mangaung/Bloemfontein, com golo de Vasileios Torosidis.

O resultado, além de histórico para os campeões da UEFA Euro 2004, mantém vivas suas esperanças de classificar-se para as oitavas de final no Grupo da África do Sul 2010. A Grécia chega agora aos mesmos três pontos da Coreia do Sul, enquanto a Argentina tem seis e a Nigéria segue sem pontuar. Os quatro chegam à rodada decisiva, dia 22 de junho, com chances de classificação. Os gregos terão pela frente a Argentina em Polokwane, enquanto a Nigéria pega os sul-coreanos em Durban.

O desempenho discreto de nigerianos e gregos na primeira jornada foi reeditado no início da partida: muitos passes errados, pouca criação e a impressão de que se estaria diante de mais uma partida amarrada. Até que um lance aparentemente inofensivo acabou sendo o primeiro de uma série de eventos que transformou a primeira parte em 45 minutos movimentados.

Aos 16 minutos, uma falta na intermediária do ataque nigeriano, pelo lado esquerdo, Kalu Uche levantou a bola na área com a intenção de encontrar a cabeça de algum de seus companheiros, mas sua marcação acabou cruzando toda a área, enganando o guarda-redes Alexandros Tzorvas e transformando-se no primeiro golo de falta – ainda que acidental – da África do Sul 2010.

O próximo lance capital, que transformaria de vez a história do jogo, veio aos 33 minutos: numa disputa perto da lateral com Vasileios Torosidis, o nigeriano Sani Kaita perdeu a cabeça e tentou agredir o adversário. O cartão vermelho direto deixou os gregos com um jogador a mais, e isso, somado à necessidade da vitória, levou a equipe à frente.

Otto Rehhagel tirou um de seus defesas, Sokratis Papastathopoulos, e no seu lugar colocou Georgios Samaras. O que se viu foi algo que parecia impensável com base na falta de força ofensiva que se viu da Grécia na derrota para a Coreia do Sul: um autêntica pressão. Depois de duas boas chances, finalmente chegou o momento que o público vinha esperando há tempo até demais.

Não só tempo demais por causa dos 16 anos desde que o país disputou seu primeiro Mundial, mas principalmente os 404 minutos de bola em jogo que foram precisos para que a seleção helênica enfim balançasse a rede uma vez em Copas do Mundo da FIFA: Konstantinos Katsouranis recebeu dentro da área, de costas para a baliza, e fez bem o papel de pivô para que Dimitrios Salpingidis acertasse um remate, que desviou em Torosidis e enfim tirou o zero histórico do placar grego.

Diante de um empate que não servia de muita coisa para qualquer dos dois lados, o segundo tempo começou com esforços intercalado de nigerianos e gregos em busca do gol da vitória. Por causa da superioridade numérica, a Grécia mantinha controle da posse de bola, enquanto aos africanos restava a chance para o contra-ataque.

O lance que ilustra perfeitamente esse cenário veio aos 14 minutos: o zagueiro Joseph Yobo cortou mal um cruzamento e cabeceou a bola nos pés de Georgios Karagounis, sozinho na frente da pequena área, o veterano médio grego remateu forte, mas o guarda-rede Victor Enyeama fez uma grande defesa à queima-roupa. A bola, então, sobrou justa para um contra-ataque avassalador das “Superáguias”: Chinedu Ogbuke Obasi recebeu pela direita e deixou Yakubu Ayegbeni livre com a baliza na frente, mas toque no canto foi parado por uma defesaça de Tzorvas. O ressalto ficou novamente para Obasi, que, sozinho, na corrida, chuotu para fora.

Tudo caminhava para que o guarda-redes Enyeama se consagrasse com mais uma atuação como a da estreia diante da Argentina. O camisa 1 fez uma defesa impressionante em cabeçada de Samaras aos 23 minutos – e que seria apenas a primeira de uma série. Mas o futebol é ingrato com quem veste a camisa um: momentos depois, foi protagonista de outra forma no lance que decidiria a partida.

Aos 26 minutos, um remate rasteiro de Alexandros Tziolis, fraco e para o meio da baliza que tinha tudo para merecer uma defesa tranquila, mas Enyeama errou o tempo e soltou a bola nos pés de Torosidis, que decretou a virada dos gregos.

s gregos tiveram mais duas grandes chances com Karagounis, enquanto os africanos chegaram perto em boa jogada individual de Yakubu. Mas o placar permaneceu nos 2 a 1 para os gregos. Algo que, para quem tinha passado tanto tempo apenas assistindo aos adversários marcarem, ficou mais do que de bom tamanho.

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