Os ministros da Liga Árabe reuniram-se, Terça-feira, com o mediador internacional Kofi Annan e pressionaram a Síria a cooperar plenamente com a sua missão de paz, começando por oferecer acesso não restrito aos monitores estrangeiros que fiscalizarão um cessar-fogo.
A trégua vigora há seis dias em certas partes da Síria, mas noutras os combates persistem. Uma pequena missão da ONU chegou, esta semana, ao país, para monitorar o cessar-fogo.
Em nota divulgada depois da reunião da Liga Árabe com Annan no Catar, o bloco disse: “Solicitamos o governo sírio para ajudar os observadores a fazerem o seu trabalho e permitirem o transporte e as condições para o acesso a todas as áreas da Síria, e que não lhes imponha condições que lhes impeçam de fazer o seu trabalho”.
Annan, enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, apresentou um relatório sobre a situação à Liga, que já suspendeu a Síria dos seus quadros, e discutiu como fortalecer a missão, segundo um delegado da Liga que pediu para não ser identificado.
“Apoiamos plenamente o sr. Annan e o seu plano de seis pontos, mas, infelizmente, a matança ainda continua”, disse o primeiro-ministro do Catar, xeque Hamad bin Jasim bin Jabr al Thani, aos jornalistas depois da reunião.
“Estamos temerosos de que o regime esteja a manipular para ganhar tempo. Expressamos isso ao sr. Annan.” O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse, em Luxemburgo, que os 250 observadores que a entidade pretende enviar à Síria não serão suficientes, “considerando a actual situação e a vastidão do território”.
Ele afirmou que a ONU está a pedir à União Europeia para ceder helicópteros e aviões para melhorar a mobilidade dos monitores, e que irá propor formalmente, Quarta-feira, ao Conselho de Segurança.
Não está claro se o presidente Bashar al Assad aceitaria a presença de mais monitores da ONU e de aviões estrangeiros na Síria. Uma fonte política no vizinho Líbano disse que Damasco já rejeitou o uso de helicópteros da ONU.