O ministro britânico para África, Henry Bellingham, exortou o governo moçambicano a melhorar ainda mais o ambiente de negócios no país, para poder atrair mais investimentos estrangeiros e aproveitar os seus enormes recursos naturais.
“É muito difícil fazer negócios neste país. Um perito independente que estudou o caso de Moçambique disse que deveria melhorar o seu desempenho no ranking do Doing Business. O Banco Mundial também indicou que Moçambique deveria fazer mais”, disse Bellingham, falando a imprensa na noite de sábado em Maputo. Por isso, Bellingham explicou que este foi um dos temas abordados na audiência que lhe foi concedida sexta-feira pelo Presidente da Republica, Armando Guebuza, bem como nos encontros mantidos com vários ministros moçambicanos.
Nos referidos encontros, segundo Bellingham, “disse que nós (Reino Unido) estamos a fazer tudo ao nosso alcance para encorajar à introdução de reformas”. No ranking “Doing Business 2011”, Moçambique assume a 139/a posição numa lista que engloba 183 países, acima de países tais como Angola, Costa do Marfim, Argélia, entre outros. Questionado pela AIM sobre as áreas que gostaria de ver a introdução de reformas significativas, o ministro britânico, apontou os sectores da agricultura e horticultura devido ao elevado potencial existente em Moçambique.
Na ocasião, Bellingham disse que Moçambique possui mais de 30 milhões hectares de terra com um elevado potencial agrícola, dos quais apenas sete milhões estão sendo explorados. Actualmente, segundo Bellingham, existem 107 companhias britânicas a operar em Moçambique, nas áreas da agricultura, exploração mineira e recursos naturais. De acordo com Bellingham muitas companhias britânicas poderão estar interessadas em investir nas áreas de pesquisa de gás natural, infra-estruturas, energias renováveis e serviços financeiros.
Questionado sobre o futuro das relações comerciais entre Moçambique e o Reino Unido, Bellingham disse que o seu governo tenciona duplicar o comércio bilateral nos próximos quatro anos. “A nossa ambição é duplicar o comércio bilateral com África nos próximos quatro anos. Não existe nenhuma razão para que não possamos atingir essa meta”, disse. Actualmente, segundo o ministro, o comércio entre o Reino Unido e o continente africano é de 34 biliões de libras esterlinas, uma soma que equivale a 50 biliões de dólares americanos.
Falando no caso concreto de Moçambique, Bellingham disse que o volume das trocas está calculado em cerca de 200 milhões de libras, incluindo bens e serviços, cifra que deverá aumentar consideravelmente nos próximos anos devido as “excelentes oportunidades excelentes de negócio com Moçambique”.
Na manhã de sábado, Bellingham visitou a região do Regadio de Chókwè, onde existem duas companhias britânicas, Mozfoods e Envest, a operar na área da agricultura, cujo investimento ascende a 50 milhões de dólares. Citando o caso da Mozfoods, o ministro disse que aquela companhia está a ter resultados positivos, ao atingir uma média de rendimento por hectare seis a sete toneladas. Este é um desenvolvimento positivo considerando que o rendimento por hectare continua a ser um dos calcanhares de Aquiles da agricultura em Moçambique. Aliás, actualmente, Moçambique regista um rendimento por hectare dos mais baixos do mundo, incluindo na região da África Austral.